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Livro:Os Meus Primeiros Passos Na Vida Cristã

Livro:Os Meus Primeiros Passos Na Vida Cristã

 

 

 

OS

PRIMEIROS PASSOS

NA

VIDA CRISTÃ

 

 

 

 

 

 

George Sweeting

 

 

 

 

 

 

 

 

EDITORA MUNDO CRISTÃO

R. Álvaro de Carvalho, 118 3° and. Tel 259-0860

Caixa Postal 9 500 01000 São Paulo Est.  SP.

 

 

Titulo do original em inglês

HOW TO BEGIN THE CHRISTIAN LIFE

© 1976 pela Moody Press da Moody Bible Institute of Chicago

Chicago, III. E.U.A.

 

 

Tradução de Neyd Siqueira

l.a edição brasileira 1979

 

 

Publicado no Brasil com a devida autorização e com todos os direitos reservados pela

ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO

São Paulo, S.P., Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CONTEÚDO

 

 

Como Usar Este Livro

 

1.     Os Seus Primeiros Passos

 

2.     O Que é Ser Cristão?

 

3.     Como Crescer na Vida Cristã

 

4.     Você e o Espírito Santo

 

5 .    Você e a Bíblia

 

6.     Como Orar

 

7.     Hora Silenciosa

 

8.     As Três Divisões da Humanidade

 

9.     Como Assegurar a Salvação

 

10.     O Mundo e Você

 

11.     Você e a Igreja

 

12.     Você e o Dinheiro

 

13.     Promessas das Escrituras Para os Problemas Espirituais

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Como Usar Este Livro

 

1.   Você deve lê-lo quando estiver sozinho. Não tente assimi­lar todo o material de uma só vez. Leia um capítulo por dia. O importante é compreendê-lo e aplicá-lo. Faça uma associação entre o conteúdo do livro e o seu trabalho, sua escola, sua família e sua igreja.

 

2.   Você deve estudá-lo em companhia de outra pessoa. Arran­je uma cópia para um amigo recém-convertido a Cristo. Passe algum tempo com essa pessoa toda semana.

 

3.   Use-o num grupo de estudo. Cada pessoa pode estudar so­zinha o material e depois o grupo se reúne para comentários e discussão.

Esses estudos estão sendo usados por pastores em todo o mundo, em aulas para recém-convertidos e mesmo para mem­bros mais antigos. Foram também usados em reuniões de ado­lescentes, em aulas bíblicas para adultos, e também em cultos domésticos.

Há muitas outras formas de usar este livro, mas, qualquer que seja a sua escolha, lembre-se de que deve lê-lo com cuidado, com espírito de oração, sistematicamente, e do começo ao fim.

Que Deus abençoe você à medida que avança para o Senhor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 1

 

OS SEUS PRIMEIROS PASSOS

 

Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo — 1 Coríntios 3:11. "Quando, pelo Espírito de Deus, compreendi estas pala­vras: 'O justo viverá pela fé', senti-me renascer como um novo homem, entrando pelas portas abertas no próprio Paraíso de Deus!" (Martinho Lutero).

 

*  *  *

 

Você, meu amigo, deu um passo decisivo, transformador, resolvendo-se a começar uma nova vida. Deus tornou-se o seu Pai celestial e você é agora Seu filho. Um relacionamento ma­ravilhoso e eterno teve começo, sendo este, na verdade, um começo completamente novo. Usando as palavras de Jesus, você "nasceu de novo".

Talvez seja difícil para você explicar o que aconteceu. Você está possuído de uma sensação completamente nova de liber­dade, como se fosse uma criança feliz solta num grande parque. Praticamente tudo tem um toque de novidade divina e isso é delicioso. Não fique confuso com sua experiência, pois isto é perfeitamente normal e justo. O apóstolo Paulo descreve a si­tuação desta forma: "E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram no­vas" (2 Coríntios 5:17). Quando você recebe a Jesus Cristo, torna-se uma pessoa completamente nova.

 

O QUE VOCÊ FEZ

 

1.     Você reconheceu sua necessidade como pecador

Qual foi a decisão que tomou? Você reconheceu que esta­va errado, e Deus, certo. Concordou com Deus que sua espiritualidade era nula. Manifestou ao Senhor a pobreza de sua alma. Orou com sinceridade: "Ó Deus, sê propício a mim, pecador!" (Lucas 18:13). Seu primeiro passo foi reconhecer sua necessi­dade como pecador.

Morto e perdido são as duas palavras bíblicas usadas para descrever a sua vida passada. As coisas mortas não crescem. Você não cresce para dentro da graça; mas cresce uma vez que esteja dentro dela. Nada é tão desamparado como aquilo que está morto; e no que se refere a Deus, através do nascimento natural, todos estão espiritualmente mortos. A Bíblia descreve deste modo a sua transformação espiritual: "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados" (Efésios 2:1). Você passou da morte para a vida, em Cristo. Deus tocou você e lhe transmitiu a vida divina — a Sua vida — a vida eterna. Esta sua decisão é, na verdade, uma decisão que liberta da morte, abala a terra e desperta os céus.

Perdido é um termo descritivo. A Bíblia afirma: "Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido" (Lucas 19:10). Sem Cristo estamos perdidos como ovelhas sem pastor, desamparados, sem esperança, e indefesos. Perdidos como o filho pródigo, separados, destituídos e desprezíveis. Através da sua decisão, você passou da condição de perdido para salvo, transformou-se de inimigo em amigo de Deus, de estranho em filho de Deus. A sua salvação é algo revolucionário.

O filósofo Sêneca fez o seguinte comentário: "Todos pe­camos, alguns mais, outros menos".

Coleridge, o grande pensador, confessou: "Sou uma cria­tura decaída".

O personagem de T.S. Eliot, Cecília Copplestone, fala de sua "percepção da solitude" e de "uma sensação de pecado".

Os chineses falam de "dois homens bons: o que está morto e o que não nasceu".

A Bíblia diz claramente: "Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus".

 

2.     Você aceitou Jesus Cristo como seu Salvador

O Senhor Jesus Cristo veio a este mundo para satisfazer nossa necessidade básica. Cristo nasceu para morrer. "Fiel é a palavra e digna de toda aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores" (1 Timóteo 1:15). Este pro­pósito foi realizado quando Ele morreu na cruz. Ele falou re­petidamente a Seus discípulos de Sua morte próxima. Na noite em que Judas O traiu, Ele partiu o pão com os discípulos, explicando claramente o propósito da cruz: "Porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados" (Mateus 26:28). Paulo escreveu com simplicidade e clareza: "Aquele que não conhe­ceu pecado, ele (Deus) o fez pecado por nós" (2 Coríntios 5:21).

Isaías profetizou: "Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados"  (Isaías 53:5).

Nossa necessidade básica é o perdão de nossos pecados. A provisão de Deus para essa necessidade é encontrada na morte de Jesus Cristo. Jesus Cristo, o Filho sem pecado, carre­gou sobre Si, completa e integralmente, os pecados do mundo. Ele tomou sobre Si os nossos pecados. O Evangelho representa as Boas-Novas do que Deus fez através de Cristo, a fim de perdoar nossos pecados.

Reconhecendo ser Cristo a resposta de Deus, tendo Ele morrido em seu lugar, você pediu perdão de todos os seus pe­cados. "Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos peca­dos, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus" (1 Pedro 3:18). Em um ato definido de fé, você prometeu lealdade a Cristo. Nesse mesmo momento, Jesus tornou-se seu Salvador, e Deus perdoou os seus pecados.

A palavra confessar é interessante. Ela significa simples­mente falar a mesma coisa. Significa concordar ou reconhecer.

Você reconheceu primeiramente sua necessidade como pecador, mas a seguir, reconheceu Jesus Cristo como seu Salvador pes­soal. O que fez então? "Creste" (João 20:29).

 

3.     Você está agora começando a reconhecer Jesus Cristo perante as outras pessoas

Você pode perguntar: "Tenho de confessar Cristo publi­camente?" E eu devo responder: "Sim, Jesus Cristo exige uma confissão pública". Poderia ainda acrescentar: "Como fugir disso?"

Jesus afirmou claramente: "Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai que está nos céus" (Mateus 10:32). Se você con­fiou sinceramente em Cristo, terá de contar isso a alguém. Esta sua nova vida irá manifestar-se, pois "a boca fala do que está cheio o coração" (Mateus 12:34).                                                      

Alguns novos cristãos tentam ser crentes "secretos", mas isto não é prudente nem sábio. Imagine se o Dr. Jonas Salk mantivesse em segredo sua vacina contra a poliomielite! Teria sido um crime. Da mesma forma, o conhecimento da salvação de Deus nos coloca em débito com o mundo.

Tanto Nicodemos como José de Arimatéia tentaram ser discípulos secretos. Foi necessário que Cristo morresse para que chegassem a ponto de pedir abertamente o corpo de Jesus a Pilatos. O registro bíblico é claro: "Depois disto, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, ainda que ocultamente pelo receio que tinha dos judeus, rogou a Pilatos que lhe per­mitisse tirar o corpo de Jesus. Pilatos lho permitiu. Então foi José de Arimatéia e retirou o corpo de Jesus. E também Nico­demos, aquele que anteriormente viera ter com Jesus à noite, foi, levando cerca de cem libras de um composto de mirra e aloés. Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com aromas, como é de uso entre os judeus na prepa­ração para o sepulcro" (João 19:38-40). Não permita que o seu receio da opinião alheia lhe roube a alegria da lealdade franca. É pecado manter-se em silêncio quando uma confissão poderia ajudar alguém.

Envergonhar-se de Cristo é, na verdade, uma triste expe­riência. Ela significa negligência, erro e fracasso de nossa parte, além de desonrar Cristo e redundar em derrota pessoal.

Poderíamos facilmente compreender que Jesus se enver­gonhasse de mim e de você; mas é difícil pensar que homens* e mulheres possam envergonhar-se de Cristo. Joseph Griggs pergunta:

 

Jesus, poderá jamais

O homem mortal acanhar-se de Ti?

De Ti a quem os anjos louvam,

Cuja glória brilha pela eternidade?

 

Envergonhado de Jesus! Seria mais fácil então

Que a noite enrubecesse por possuir estrelas;

Pois é Ele quem irradia a divina luz,

Sobre minh’alma carente.

 

Envergonhado de Jesus! Esse amigo tão caro

De quem minha esperança do céu depende!

Não! Quando eu me acanhar seja essa minha humilhação,

Por não mais reverenciar o Seu nome.

 

Envergonhar-me de Jesus? Sim, talvez eu possa,

Quando não mais houver culpa a expor,

Lágrima nenhuma a enxugar e bem nenhum pelo qual

[angustiar-me,

Quando não mais houver receios, ou alma alguma

[a salvar!

 

Envergonhados de Cristo? Jamais devemos fazer isso. As Escrituras nos encorajam com freqüência a confessar Cristo abertamente, sem qualquer sentimento de vergonha. Jesus disse: "Porque qualquer que nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos" (Marcos 8:38). Ser censurado por causa de Cristo agora é ser recompensado mais tarde. Podere­mos ser por vezes chamados a partilhar dos sofrimentos de Cristo. Isto significa realmente que Ele e nós estamos juntos: "mas, se (alguém) sofrer como cristão, não se envergonhe dis­so, antes glorifique a Deus com esse nome" (1 Pedro 4:16), escreve Pedro.

Descobri que o fato de não reconhecer a Jesus Cristo fre­qüentemente resulta em vida desregrada, mas um compromisso público nos classifica perante Deus e os homens. O fato de outros saberem de sua decisão irá na verdade ajudá-lo a guar­dar-se das tentações.

Sim, a sua decisão foi uma decisão abençoada! Você pode cantar com alegria o hino:

 

Alegre o dia em que aceitei

Jesus, e n'Ele a salvação!

O gozo deste coração

Eu mais e mais publicarei.

 

Sou feliz! Sou feliz!

Pois já minh’alma satisfiz!

Jesus me ensina a vigiar;

E, confiado n'Ele, andar.

Sou feliz! Sou feliz!

Pois já minh'alma satisfiz!

 

Sim, a sua decisão deu início a uma mudança, real, ben-fazeja e duradoura. Você está pronto para nortear sua vida em direção a Deus.

 

O QUE É PRECISO FAZER AGORA

Da mesma forma em que o recém-nascido é cuidado no mundo material, você precisa ser ajudado espiritualmente. Vou mencionar quatro sugestões positivas, sobre as quais me esten­derei mais tarde:

 

1.    Leia a Bíblia sistematicamente

O que o alimento é para o corpo, a Bíblia é para a sua nova vida espiritual. Numa hora escolha um determinado lugar silencioso, e comece cada dia com a Bíblia. Esta é uma neces­sidade à qual você não pode fugir se quiser crescer nas coisas de Deus. O Evangelho de João é um ponto bom por onde começar. Lembre-se, leia pelo menos um capítulo por dia! D.L. Moody afirmou: "Ou a Bíblia irá afastá-lo do pecado, ou o pecado irá afastá-lo da Bíblia". Um capítulo por dia irá, cer­tamente, ajudá-lo a afastar-se do pecado.

 

2.     Aprenda a orar

A oração é a comunhão do crente com Deus; nós falamos com Deus, mas Ele também fala conosco. Orar não é simples­mente pedir coisas a Deus, mas sim esperar silenciosamente diante d'Ele. Ore pedindo purificação pessoal e vitória sobre o pecado; ore por si mesmo e pelas outras pessoas.

 

3.     Use toda oportunidade que se apresente para confessar Cristo perante o mundo

Procure logo alguém a quem falar a respeito de sua deci­são espiritual e faça-o de maneira agradável e simpática. A atividade sempre fortalece. Quando os crentes partilham com outros, desenvolve-se neles um apetite pela Bíblia. O resultado de falar a outros sobre a sua nova vida irá fornecer temas diários de oração. Quando o crente novo começa a agir, tudo entra em foco. R. A. Torrey disse: "Se você fizer pouco de Cristo, Cristo fará pouco de você".

 

4.     Participe de uma igreja local

Se a mãe permitir que os filhos cresçam na ociosidade, o resultado será crianças sem instrução. Desde que a responsa­bilidade do cristão para com os demais é evidente, a demora apenas ajudará a formar maus hábitos. Lemos na Bíblia: "Não abandonemos a nossa própria congregação, como é costume de alguns" (Hebreus 10:25). Sua freqüência assídua à igreja irá estimular o seu crescimento. Procure uma congregação que seja leal a Jesus Cristo e à Palavra de Deus, e se torne mem­bro dela.

Se você seguir esses quatro pontos bíblicos, o seu cresci­mento cristão fica assegurado.

É certo que irá encontrar tentações, mas não precisa ceder a elas nem cair, pois Deus prometeu: "Maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo" (1 João 4:4). Se vier a cair, busque o perdão imediatamente. "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os peca­dos e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1:9). Se cair, não permaneça vencido, mas levante-se e prossiga. Talvez você esteja enfrentando agora uma luta contra um mau hábito; lem­bre-se de que Cristo está pronto para ajudá-lo, e Ele tem todo o poder no céu e na Terra.

Outro segredo para uma vida cristã vitoriosa é manter os olhos fitos em Jesus. Os melhores homens poderão decepcionar você às vezes; mas, não esqueça — Jesus jamais falha!

 

LEMBRETES

As coisas mortas não crescem. Você não cresce para den­tro da graça; mas cresce uma vez que esteja dentro dela.

Os chineses falam de "dois homens bons: o que está mor­to e o que não nasceu".

O Evangelho representa as Boas-Novas do que Deus fez através de Cristo, a fim de perdoar nossos pecados.

O conhecimento da salvação de Deus nos coloca em débi­to com o mundo.

"Ou a Bíblia irá afastá-lo do pecado, ou o pecado irá afastá-lo da Bíblia", afirmou D.L. Moody.

"Se você tiver consideração por Cristo, Ele terá conside­ração por você; mas se você fizer pouco de Cristo, Ele fará pouco de você".

 

R.A. Torrey

 

 

 

PERGUNTAS

1.   Qual o primeiro passo para receber Jesus Cristo como Salvador?

2.   Cite duas palavras bíblicas que descrevam nossa condição passada como pecadores.

3.   Qual o segundo passo ao receber Jesus Cristo como Salvador?

4.   Qual o significado do termo confessar?

5.   Mencione pelo menos dois versículos das Escrituras que indiquem que devemos confessar a Jesus Cristo publicamen­te perante os homens.

6.   Cite quatro pontos importantes para o crescimento espiritual.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 2

 

O QUE É SER CRISTÃO?

 

"Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que crêem no seu no­me; os quais não nasceram da carne, nem da vontade do ho­mem, mas de Deus." João 1:12-13.

Se tomarmos as duas primeiras palavras de João 1:13, a terceira, e as duas últimas, temos a frase: "os quais. . . nasce­ram. . . de Deus". Essa é uma boa definição. O cristão é aque­le que nasce de Deus.

 

* * *

 

A palavra "cristão" foi gerada em meio à zombaria e ridículo. Em Antioquia da Síria, cidade de um milhão de habi­tantes, os seguidores de Jesus receberam esta alcunha. O termo "cristão" aparece apenas três vezes no Novo Testamento e ne­nhuma no Velho Testamento. A primeira menção é feita em Atos 11:26: "Em Antioquia foram os discípulos pela primeira vez chamados cristãos". Ele aparece novamente em Atos 26:28: Então Agripa se dirigiu a Paulo, e disse: "Por pouco me persuades a me fazer cristão". Também em 1 Pedro 4:16: "mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso, antes glorifique a Deus com esse nome".

Ser cristão nos primeiros séculos era uma questão de vida e morte; nela estava envolvida a fé que os heróis tinham. Ser cristão significava com freqüência enfrentar uma arena paga e feras selvagens; significava sempre a porta estreita, o caminho apertado, a negação de si mesmo, o colocar a cruz aos ombros e seguir a Jesus.

 

O QUE É SER CRISTÃO?

 

1.     É unir-se com Cristo

A palavra cristão é na verdade uma combinação de duas outras: Cristo e homem. Quando um homem ou mulher se unem a Cristo, eles formam a palavra cristão. O cristão é uma combinação de Cristo e você. O pecador recebe o Salvador, e o Salvador recebe o pecador. O cristão é um homem ou mulher unido a Cristo.

 

2.  É nascer de novo

Quando Jesus falou a Nicodemos, Suas palavras foram es­tas: "Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus" (João 3:3). Segundo Jesus, o cristão é aquele que nasceu de novo. O nascimento espiritual é a única forma de entrar na família de Deus; precisamos nascer de novo.

A palavra cristão tem sido grandemente deturpada em nossos dias. Ela foi manipulada e ampliada de maneira a cobrir todo o mundo civilizado. A mesma tem sido abusada, mal apli­cada, mal compreendida e mal empregada. Milhares que se dizem cristãos não têm qualquer direito a esse nome. Alguns dizem: "Todas as pessoas civilizadas são cristãs". Outros su­põem que o termo inclui todos os gentios e exclui todos os judeus. Pelo contrário, existem muitas pessoas maravilhosas que são judias e cristãs; e, é triste dizer, há milhares de gentios que não são absolutamente cristãos. O conceito de cristianismo tor­nou-se tão deturpado que milhões não conhecem a diferença que existe entre a regeneração espiritual e a simples profissão religiosa.

Conta-se a história de alguns marinheiros americanos que naufragaram numa ilha dos Mares do Sul. Os marinheiros se esconderam com medo dos nativos, até que certo dia ouviram alguns dos habitantes da ilha falando em um inglês perfeito. Aliviados, os náufragos exclamaram: "Eles são cristãos".

Na verdade, ninguém tem o direito de dizer: "sou cristão", enquanto não tiver sido perdoado.

Você pergunta: "Mas, por quê? Porque a Bíblia ensina que 'todos pecaram'".

A justiça e a santidade de Deus exigem que seja paga a penalidade pelo pecado. Jesus, o Filho de Deus, morreu volun­tariamente para expiar os pecados de toda a humanidade. Quan­do alguém recebe a Cristo pela fé, então, e somente então, essa pessoa tem o poder ou o direito legal de dizer-se filha de Deus. O apóstolo João nos disse: "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que crêem no seu nome" (João 1:12).

 

3.    Para receber a Cristo como Salvador

Receber a Cristo é ter fé nEle, crendo que Ele é filho de Deus sem pecado, que morreu voluntariamente pelas nossas faltas, a fim de nos libertar da morte espiritual e do juízo, e para que tivéssemos vida eterna. A questão crucial é esta: você já tomou esta decisão? Já recebeu a Jesus Cristo?

 

UMA PALAVRA DE ADVERTÊNCIA

Religião é coisa muito popular em nossos dias. O mundo está cheio de pessoas que afirmam: "Creio em Deus. Creio em Cristo, e creio na Bíblia". Algumas vezes a vida dessas pessoas não corresponde àquilo que alegam crer. Esta não é uma fé salvadora, mas falsa.

A Bíblia diz: "A fé sem as obras é inoperante" (Tiago 2:20). E, de novo: "Assim, pois, pelos seus frutos os conhece-reis" (Mateus 7:20). Assim sendo, se não houver diferença, nem distinção, tenho receio de que alguns indivíduos estejam na carne, e "da carne colherá corrupção" (Gaiatas 6:8).

Veja bem, não há sequer um prisioneiro no mundo que não creia ser melhor agir com honestidade. Não há um só bê­bado que não creia que a sobriedade seja a melhor condição. Mas, a simples crença não modifica a situação. A fé veio a ser considerada nos dias de hoje como uma simples aquiescência à Palavra de Deus. Mas esta espécie de fé é paralisante, fatal e pode até mesmo condenar ao inferno. A Bíblia afirma: "Até os demônios crêem, e tremem" (Tiago 2:19). A diferença entre a crença emocional e a mental é a mesma que existe entre a salvação e a condenação. Qualquer fé que não resulte numa mudança de vida não é uma fé salvadora, mas falsa. A per­gunta importante a ser feita é então esta: "Eu cri para a sal­vação?".

Existem casos de pessoas que declaram não poder crer em algo que não compreendam. Na realidade, porém, nós cre­mos em muitas coisas que não entendemos. Por exemplo, nin­guém conhece todos os segredos da eletricidade, mas seria grande tolice dizer: "Ficarei sentado no escuro enquanto não entender o que é a eletricidade".

Nenhum médico compreende inteiramente as maravilhas do sistema digestivo. Todavia, quem ousaria afirmar: "Não come­rei enquanto não entender como digerimos?".

Quem compreende o milagre da simples melancia? Uma semente cai no chão. Ela brota e logo surge uma planta vigo­rosa que produz várias melancias, cada uma com centenas de vezes o peso da semente original. Do lado de fora há uma be­líssima casca verde, a seguir uma polpa esbranquiçada, e na parte central, de um vermelho atraente, centenas de sementes capazes de produzir outras melancias. O homem mais genial não pode explicar este mistério, mas até o mais ignorante pode tirar proveito dele.

Portanto, quando se submete ao Evangelho, você se torna parte do mistério divino. Você é vivificado por Deus e se torna uma "nova criatura". Jesus declarou: "O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito" (João 3:8).

Vamos recapitular:

 

1.   O cristão é aquele que  se une a Cristo.

2.   O cristão é aquele que  nasceu de novo.

3.   O cristão é aquele que  recebeu a Jesus Cristo.

 

O QUE O CRISTÃO NÃO É

Às vezes compreendemos melhor o lado positivo de uma questão, considerando o seu lado negativo. Lembro-me perfei­tamente da felicidade experimentada em minha própria infância. No domingo, todos nós, seis filhos, acompanhávamos nossos pais à igreja; nossas refeições sempre começavam com uma oração em família, e líamos a Bíblia sistematicamente. Nosso lar era cristão; entretanto, essa maravilhosa herança não me tornava, automaticamente, cristão. O simples relacionamento com os remidos não traz a redenção. O mero parentesco com cristãos não faz de nós um cristão. A salvação de Deus não vem pela geração natural. Deus não tem netos. João 1:13 mostra três erros que existem ainda hoje: "os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus".

 

1.    O nascimento natural não faz de nós um cristão

"... não nasceram do sangue."

João está simplesmente dizendo que não nos tornamos cris­tãos através de nossos pais terrenos. A bênção de pais santos é uma grande herança, mas não faz de nós um cristão. Os pais podem empurrar na direção certa, mas não podem tornar-nos cristãos.

O povo judeu costumava dizer: "Abraão é nosso pai", e se julgava assim a salvo e seguro.

Os expoentes do nazismo gabavam-se de seu "puro sangue ariano" e falavam de uma "super-raça". Isto também não é bíblico. Na Bíblia, o mistério do sangue está na herança do pecado, derivada de Adão pelo nascimento natural. Está tam­bém no dom da salvação comprado pelo sangue de Cristo, atra­vés do nascimento espiritual. O apóstolo João está dizendo apenas que não podemos tornar-nos cristãos através de nossos pais carnais. O nascimento natural não faz de nós um cristão.

 

2.    As boas obras não fazem de nós um cristão "... nem da vontade da carne."

O maior erro que existe hoje talvez seja a crença de que a salvação resulta do esforço pessoal. Milhares se imaginam cristãos porque tentam seguir a Regra de Ouro ou pelo fato de viverem com decência e moralidade. Outros se apóiam em sua atividade religiosa ou filiação à igreja. Em contraste direto, o apóstolo João declara que a salvação não vem através "da vontade da carne".

Perguntei certa vez a uma freqüentadora assídua da igreja se ela era cristã; ao que me respondeu prontamente: "venho ensinando na escola dominical há dezesseis anos".

Cumprimentei-a e repeti com bondade a questão: "você é cristã?"

Ela então disse-me que ajudava muito às missões mas não respondeu à minha simples pergunta. Essa cara senhora estava procurando depender de seus próprios esforços para ganhar a salvação. Se a atividade nas obras religiosas faz de alguém um cristão, ela certamente teria conquistado o título; mas a Bíblia diz, "nem da vontade da carne".

A mensagem bíblica sobre o assunto é clara e fácil de en­tender. Paulo afirmou: "Porque pela graça sois salvos, median­te a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2:8-9). A salvação não é algo que você faz, mas Alguém que você recebe. A Salvação é Alguém. A Salvação é Jesus Cristo.

Seria mais fácil cavar um túnel entre as montanhas com uma colher de chá, do que alcançar o céu pelo esforço próprio, pelo caráter, ou qualidades morais. A salvação é um ofereci­mento, e não uma exigência. Ela não está baseada naquilo que eu faço, mas no que Jesus fez.

Não nos tornamos cristãos subindo um por um os degraus das boas obras. Na verdade, acontece o oposto. Jesus Cristo desceu as escadas, através da manjedoura de Belém e da cruz do Calvário para encontrar-se conosco no nível em que estamos. As boas obras não fazem de nós um cristão.

 

3. Os sacramentos religiosos não fazem de nós um cristão.

"... nem da vontade do homem."

Há algum tempo atrás perguntei a um médico: "Você é cristão?" Ele me respondeu: "Fui batizado pelo Pastor Fulano faz alguns anos". Depois de conversarmos mais, percebi que ele se alicerçava na ordenança do batismo em lugar da fé em Cristo.

Homem algum pode fazer de você um cristão, não impor­ta quão importante ou piedoso ele seja. A idéia errada de que um líder religioso qualquer pode fazer de alguém um cristão, através de um ato religioso, é inverídica e contrária à Palavra de Deus. Nenhuma ordenança da igreja, por mais importante que seja pode perdoar pecados.

Um vagabundo, evidentemente sob a influência do álcool, aproximou-se do evangelista D.L. Moody. "Sr. Moody," disse ele, "foi o senhor quem me salvou".

O grande evangelista, observando-lhe a face barbada, os olhos congestionados, o cabelo despenteado, e as roupas rasga­das, replicou: "É verdade, parece que fui eu mesmo quem o salvou. Se tivesse sido o Senhor Jesus, você não estaria nessa situação".

Os ministros são meros instrumentos de Deus para executar suas ordens. Nas palavras de Paulo: "Porque de Deus somos cooperadores" (1 Coríntios 3:9). "De sorte que somos embai­xadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos recon­cilieis com Deus" (2 Coríntios 5:20). Homem algum pode con­ferir salvação ou perdão a outro.

Ser cristão é muito mais do que crer em certas doutrinas ou submeter-se a qualquer ordenança. É receber a Cristo. Se tomarmos da primeira linha de João 1:13a palavra "nasceram" e, da última, as palavras "de Deus", teremos uma boa definição dos cristãos. O cristão é aquele que nasce de Deus.

 

O QUE O CRISTÃO DEVERIA SER

Salvação e rendição eram coisas simultâneas para o após­tolo Paulo. Imediatamente depois de crer, ele perguntou: "Se­nhor, que queres que faça?" (Atos 9:6). Da mesma forma que Paulo queria fazer apenas a vontade de Deus, todo cristão deve entregar sua vida inteira a Cristo. Paulo rogou a todos os cris­tãos: "oferecei-vos a Deus" (Romanos 6:13).

Adolph Deissman sugeriu que a palavra cristão tem o sig­nificado de "escravo de Cristo", como cesáreo significava "es­cravo de César".

No Velho Testamento, Deus prometeu a Abraão que ele seria pai de uma grande nação, com filhos em tão grande nú­mero quanto as areias do mar. Abraão, porém, não tinha filhos. Contrariamente à vida de fé, ele gerou um filho de Hagar, a escrava de sua mulher. Este foi um ato carnal, representando o caminho tortuoso do homem em lugar do caminho de Deus. O Senhor interveio e realizou um milagre. Sara, mulher de Abraão, em sua velhice, deu à luz Isaque, um filho da fé, o cumprimento do eterno plano de Deus.

Deus pede a cada cristão que desista de suas próprias so­luções para os problemas da vida e aceite o caminho da fé. Ele está na verdade dizendo: "Não se prenda a nada — ceda tudo".

É um grande erro pensar que podemos andar a esmo ao longo da vida cristã. Segundo Samuel Rutherford: "Você não vai ser transportado ao céu, deitado ociosamente num colchão de penas". Tertuliano advertiu: "Aquele que tem medo de so­frer, não pode pertencer Àquele que sofreu".

O chamado de Cristo aqui na terra foi firme e não conven­cional. Suas palavras foram tão incisivas que os ouvintes tenta­ram matá-lO. Hoje, porém, freqüentemente apresentamos o Senhor da glória como manso e humilde em lugar de majestoso e santo; suave e sentimental em lugar de firme e forte. Artistas e poetas retrataram Cristo com cabelos castanhos, esvoaçantes, e rosto afeminado, andando em meio ao povo, abençoando a todos. Isto é falso! É verdade que Ele fazia o bem por onde an­dava; mas, em atitude diferente, Ele era firme e Suas palavras severas. Às vezes, Ele até mesmo ofendia Seus discípulos, Seus parentes, os escribas e fariseus. Certa ocasião Jesus disse: "Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada" (Mateus 10:34).

Ele era na verdade amoroso e bom, mas não podemos ig­norar as exigências de seu chamado. "Mestre", exclamou certo homem, "seguir-te-ei para onde quer que fores."

Jesus respondeu ao oferecimento entusiasta com palavras surpreendentes: "As raposas têm seus covis e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do homem não tem, onde reclinar a cabeça" (Mateus 8:19-20).

Outro pediu: "Senhor, permite-me ir primeiro sepultar meu pai."

A resposta veio rápida e devastadora como um raio: "Dei­xa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. Tu, porém, vai, e prega o reino de Deus" (Lucas 9:57-60).

Um terceiro rogou: "Seguir-te-ei, Senhor; mas deixa-me primeiro despedir-me dos de casa" (v. 61).

A resposta de Jesus foi um golpe severo para este: "Nin­guém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás, é apto para o reino de Deus" (v. 62).

A vida cristã é bela, mas nem tudo é festa. Jesus jamais conquistou discípulos com falsas promessas. De fato, Ele não ocultou Suas cicatrizes, mas declarou abertamente: "Vede as minhas mãos e os meus pés" (Lucas 24:39).

O lema de C.T. Studd era este: "Se Jesus Cristo é Deus e morreu por mim, então não existe sacrifício grande demais que eu possa fazer por Ele".

As páginas da história nos falam de um jovem covarde que fazia parte do exército de Alexandre, o Grande. Toda vez que a batalha se encarniçava, o jovem recuava. O orgulho do general foi ferido pelo fato desse tímido soldado também levar o nome de Alexandre. Certo dia, Alexandre o Grande dirigiu-se a ele asperamente: "Deixe de ser covarde, ou não use mais esse bom nome".

O chamado para todos os cristãos é o mesmo hoje. Possa­mos nós viver fielmente à altura daquilo que o nome de cristão abrange. "Senhor, o que queres que faça?"

 

 

LEMBRETES

O cristão é uma combinação de Cristo e você.

A salvação é um oferecimento e não uma exigência.

A diferença entre a crença emocional e a mental é aquela mesma que existe entre a salvação e a condenação.

Deus não tem netos.

Jesus jamais conquistou discípulos sob falsos pretextos. De fato, Ele não ocultou Suas cicatrizes, mas declarou abertamen­te: "Vede as minhas mãos e os meus pés".

"Se Jesus Cristo é Deus e morreu por mim, então não existe sacrifício grande demais que eu possa fazer por Ele". (C.T. Studd)

 

PERGUNTAS

1.   Quantas vezes a palavra cristão aparece na Bíblia e onde?

2.  Dê duas definições em resposta à pergunta:  "O que é um cristão?"

3.   Cite três erros que existem hoje, segundo João 1:13.

4.   De acordo com João 1:12, o que acontece à pessoa que recebe a Cristo?

5.   De acordo com Atos 9:6, o cristão deve ser o quê?

6.   O que Paulo pediu que os cristãos fizessem em Romanos 6:13?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 3

 

COMO CRESCER NA VIDA CRISTÃ

 

"Edificando-vos na vossa fé santíssima" (Judas 20).

Como cresce a alma? Não acontece em minutos! Pode perder terreno agora e ganhá-lo logo após. Mostra-se por vezes resoluta; mas, de repente sua vontade falha. Rejubila-se num momento, para chorar em seguida. Suas esperanças frutificam, para serem depois esmagadas. Dá alguns passos tristonha, e outros mais, vacilando na escuridão. Alimentada pelo desânimo, ensinada pelo desastre, avança sempre, às vezes devagar, outras mais apressada. Até que toda dor fique para trás e as falhas sejam corrigidas. Alcançou assim o pleno amadurecimento, e o Senhor domina a alma.

Susan Coolidge

 

 

* * *

 

Li há algum tempo atrás um livro cujo título era Grow up or Blow up (Ou Você Cresce ou Desaparece), e que falava da necessidade da civilização crescer a fim de não destruir-se a si mesma. É também muito importante que nós, como indivíduos, "cresçamos" nas coisas de Deus.

Neste nosso século vinte vemos os homens vivendo e mor­rendo para adquirir bens materiais. Ao que parece, uma febre de riqueza sem paralelos aflige a maioria, enquanto os valores espirituais são praticamente ignorados. A verdadeira medida do sucesso na vida não é nem pode ser avaliada em dólares e centavos, e com certeza também não pode ser calculada com base nas realizações físicas e mentais. Em contraste absoluto com esse critério, o verdadeiro e eterno equilíbrio na vida é encontrado no crescimento à imagem de Cristo. Você descobri­rá que este é um caminho desprezado, pois não existem vias rápidas que dêem acesso ao crescimento.

Nas palavras de Robert Browning: "O homem foi feito para crescer e não para estacionar". Os apóstolos Pedro e Paulo também criam nesta verdade. Pedro desafia todos os cristãos: "Crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salva­dor Jesus Cristo" (2 Pedro 3:18). O versículo anterior contém uma grave advertência: "Acautelai-vos: não suceda que, arras­tados pelos erros desses insubordinados, descaiais da vossa pró­pria firmeza". Imediatamente após o aviso, vem a cura de Deus: "Crescei na graça".

Romanos 8:29 encoraja os crentes a serem "conformes à imagem de seu Filho". Efésios 4:15 nos diz que "cresçamos em tudo naquele que é o cabeça, Cristo". Primeiro Tessalonicenses 3:12 nos desafia a "crescer e aumentar".

 

VIDA: O PRIMEIRO PASSO DO CRESCIMENTO!

As coisas mortas não podem crescer. Antes de haver cres­cimento espiritual, é preciso que haja vida espiritual. Quando a criança nasce, seu primeiro vagido indica vida. Se houver vida, então um mundo de possibilidades acena para o bebê recém-nascido. Se não houver vida, não há então esperança. Um poste fincado no chão não cresce, mas uma pequenina semente ger­minará por si mesma. Deixe cair uma pedra no solo mais fértil e anos depois o seu tamanho continuará o mesmo. Coloque uma semente no solo e ela germinará, produzindo caule e flores. A diferença é clara: uma tem vida e a outra não.

Esta vida pode ser imitada, mas a diferença é facilmente descoberta. Uma é real, a outra falsa. Uma é natural, a outra mecânica. O cristal cresce de fora para dentro, pela adição de novas partículas, enquanto o organismo vivo cresce de dentro para fora. O cristal pode ser belo, mas não passa de um cristal e carece da verdadeira vida para crescer.

As coisas mortas podem acumular-se, mas não podem crescer.

A não ser que os homens e mulheres tenham a vida que vem do alto, as práticas religiosas e os ambientes nada poderão acrescentar-lhes. Na verdade, eles levam a pessoa a apóiar-se em uma falsa esperança, assegurando ainda mais a certeza da sua condenação. Para você que se decidiu por Cristo, a ordem divina é esta: "cresça na graça". As pessoas a quem Pedro se dirige "nasceram de novo"; pois, lembre-se, as coisas mortas não crescem.

Conta-se a história de um jovem artista do século dezesseis que trabalhou arduamente e por longo tempo na estátua de um anjo. O famoso Michelangelo foi convidado para apreciar a obra-prima depois de acabada. Ao contemplá-la, Michelangelo comentou: "Falta-lhe apenas uma coisa", saindo a seguir do estúdio.

O jovem artista ficou desanimado, pensando qual seria a falha que ele observara na estátua. Um amigo de ambos, inte­ressado em resolver o caso, procurou Michelangelo para desco­brir o que faltava à obra. Michelangelo manifestou-se: "Falta-lhe apenas uma coisa, vida. Se tivesse vida, seria tão perfeita quanto as obras de Deus".

Sim, a vida é o primeiro requisito para o crescimento.

 

PORQUE VOCÊ DEVE CRESCER

1.    Por ser este o plano de Deus

Segunda Pedro 3:18 afirma: "Crescei na graça e no conhe­cimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo".

O Senhor disse a Moisés e Arão: "Portanto vós sereis santos, porque eu sou santo" (Levítico 11:45). Jesus também falou: "Portanto, sede vós perfeitos (amadurecidas) como per­feito é o vosso Pai celeste" (Mateus 5:48). Paulo, pregando aos filipenses, declarou: "Não que eu o tenha já recebido, ou tenha já obtido a perfeição (amadurecimento completo);  ...mas uma cousa faço: esquecendo-me das cousas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" (Filipenses 3:12-14).

O crescimento não é produto de um sonho idealista: é plano de Deus. Devemos ceder ou perecer, pois Deus não irá tolerar interferência contínua. Não somos sem pecado, pelo contrário, devemos pecar cada vez menos.

 

2.    É a lei da natureza

A natureza diz: "Cresça ou morrerá". Uma árvore gan­grenada não produz novos brotos. Quando o corpo pára de crescer, começa a morrer. Os dedos da natureza começam a operar, e continuam a agir até que a morte nos reclame. A pri­meira lei da vida é expansão! É crescer ou decair. Avançar ou regredir. Viver ou morrer!

São palavras de Jesus: "Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta: e todo o que dá fruto, limpa, para que produza mais fruto ainda" (João 15:2).

"Crescei na graça". A palavra "crescer" indica uma ação continuada. Não há um tempo determinado de parar de crescer. No mundo físico, quando não crescemos, é um mau indício: é sinal de doença. Qualquer mãe ficaria justamente alarmada se dia após dia, semana após semana, seu bebê não mostrasse si­nais de crescimento. Um fazendeiro ficaria abalado se suas plantações não produzissem frutos para a colheita.

Gênesis 11:31 nos conta que Terá partiu para Canaã com seu filho Abraão. O versículo 31 diz o seguinte: "Foram até Harã, onde ficaram"; e o versículo 32: "E ... Terá . . . mor­reu em Harã". Parece algumas vezes que muitas pessoas hoje em dia estão parando em Harã e morrendo ali. Não há tempo nem lugar onde parar de crescer. O crescimento se conforma à lei da natureza e ao plano divino.

 

COMO CRESCER

1.    Naturalmente

Jesus disse: "Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles" (Mateus 6:28-29).

Note a expressão: "como crescem". Como crescem os lírios? Qual o segredo do seu crescimento? O lírio, de acordo com o plano de Deus, simplesmente desenvolve a vida que tem em si. Não ordenamos a um lírio que cresça; o seu crescimento é natural, espontâneo. Ele não se aflige, nem trabalha, nem se esforça, nem se estica; apenas cresce. O crescimento é natural e inevitável quando há vida, e com mais razão quando há vida divina.

O ambiente é um fator importante no processo do cresci­mento. Vejo uma bolota caída na calçada e sei que ela jamais crescerá; mas ponha a bolota no solo a que pertence e ela crescerá. Se arrancarmos uma planta do solo e a colocarmos longe do sol, ela não vai crescer. Da mesma forma, nós que recebemos a Cristo precisamos habitar nEle se quisermos cres­cer e frutificar.

O filho de Deus deve manter um relacionamento reto com Ele. Devemos estar enraizados na Palavra de Deus. Devemos ser aquecidos pelo Sol da Justiça. Devemos ser amigos dos fi­lhos de Deus. Devemos colaborar em todos os sentidos com o Jardineiro divino. Não permita que qualquer obstáculo fique entre você e o seu Senhor. Mantenha os olhos fitos no "Autor e consumador da fé, Jesus" (Hebreus 12:2). Iremos então fru­tificar, "a cem, a sessenta e a trinta por um" (Mateus 13:8).

A salvação é apenas o começo daquilo que Deus quer fazer por você. Ele "é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou pensamos" (Efésios 3:20). O oceano ilimitado da graça e da verdade está diante de cada cristão. Que jamais nos contentemos com as conchas vazias lançadas à praia, quando podemos arremessar-nos às profundezas.

A Bíblia compara o cristão a uma árvore. Nossas raízes devem atravessar as camadas da verdade desde a superfície e aprofundar-se até às grandes rochas doutrinárias da salvação eterna. Então, quando o furacão da ira de Deus tiver esmagado os hipócritas, lançando-os ao mar da destruição, essas árvores enraizadas, plantadas por Deus, permanecerão.

Como as árvores, precisamos lançar para trás a cabeça e olhar para Jesus a fim de encontrar refrigério. Devemos esten­der nossos ramos e permitir que a sombra de nossa santa in­fluência se faça sentir de perto e de longe. Nossos galhos devem estar pesados de frutos. Esta é a promessa de Deus: "Ele flo­rescerá como o lírio, e lançará as suas raízes como o cedro do Líbano. Estender-se-ão os seus ramos, o seu esplendor será como o da oliveira, e sua fragrância como a do Líbano. Os que se assentam de novo à sua sombra voltarão; serão vivificados como o cereal, e florescerão como a vide; a sua fama será como a do vinho do Líbano (Oséias 14:5-7).

 

2.    Comendo

Também crescemos comendo. Todas as coisas vivas co­mem, e aquilo que comemos afeta o nosso crescimento. A Bíblia diz: "Comei o que é bom" (Isaías 55:2). Não há livro que faça você crescer como a Bíblia.

Se colocássemos a seda mais cara sob a lente de um micros­cópio, ela pareceria rude e manchada. A pétala do lírio, debaixo da mesma lente, apresenta-se sem mácula. As vestes reais de Salomão não podiam comparar-se aos lírios selvagens de Deus. Mateus 6:28 nos fala para considerar "como crescem os lírios do campo". E como crescem eles? As raízes filiformes do lírio penetram até os minerais e praticam a seleção. Alguns minerais parecem bons, mas são na verdade venenosos. Estes ficam de lado. Outros são necessários e aceitos. É justamente isto que devemos fazer para crescer na graça.

Existem coisas atraentes que são mortais ao crescimento. O apóstolo Pedro indica algumas coisas que devem ser recusa­das: "Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas, e de toda sorte de maledicências". Outras devem ser recebidas: "desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que por ele vos seja dado crescimento para salvação" (1 Pedro 2:1-2). Isso significa que a Palavra de Deus é boa como alimento. O leite é um alimento que foi digerido por outrem. Os cristãos pensam muitas vezes que a única alimentação de que precisam é aquela que o pastor digeriu e apresenta nos domingos pela manhã. Isto não basta. "Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim" (João 5:39).

Devemos alimentar-nos da carne da Palavra. D.L. Moody costumava capinar batatas quando criança, e contava que fazia tão mal o seu trabalho que sempre tinha de marcar o lugar onde interrompera o serviço. Fico imaginando, será dessa forma que nós lemos a Bíblia?

 

3.    Respirando

O que a respiração representa para o homem material, a oração representa para o homem espiritual. Nosso Salvador era homem de oração. A atmosfera comum o sufocava, e Ele procu­rava então freqüentemente comunhão com Deus em lugares isolados da multidão. Se Jesus, o Filho de Deus sem pecado, achava importante orar, nós, criaturas pecadoras, não podemos ousar viver sem a oração.

Precisamos aspirar profundamente o ar celestial todos os dias. Nas palavras de Andrew Murray: "Devemos afastar-nos dos homens e nos enclausurar com Deus"; ou, segundo Trench: "Orar não é vencer a relutância de Deus, mas, sim, apropriar-se de Sua suprema boa vontade".

Iremos realmente crescer se estivermos em comunhão com Jesus Cristo. Ele é o fôlego da vida. O grande pianista Rubinstein afirmou: "Se deixo de me exercitar por um dia, posso notá-lo; se deixo dois dias, meus amigos notam; se deixo por três dias, todo o público nota". Esta é uma velha verdade, mas con­tinua vital.  Devemos "orar sem cessar"   (1   Tessalonicenses 5:17). Alguém disse: "A oração é o prefácio do livro da vida cristã, o texto do sermão da nova vida; é cingir-se com a arma­dura para a batalha, é o preparo do peregrino para a jornada; e precisa ser acompanhada pela ação, caso contrário de nada vale".

A oração e o trabalho formam o conjunto invencível do Novo Testamento. As orações sinceras jamais são mandadas de volta para casa.

 

Ó, a delícia pura de uma única hora

Que passo diante de Teu trono;

Quando me ajoelho em oração, e conTigo, Deus meu,

Comungo de amigo para amigo!

 

Fanny J. Crosby

 

 

4.    Descansando

Era disto que Jesus falava quando perguntou: "Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso de sua vida?" (Mateus 6:27). A preocupação não irá acrescentar nada à sua estatura espiritual, nem um centímetro sequer.

A vida cristã não deve ser uma dependência nervosa de Deus, mas um repouso na palma de/Sua mão. Não vou cres­cer mediante esforços ingentes de minha parte, torcendo-me e esticando-me, mas sim através da rendição total ao controle de Cristo.

Se houver vida e saúde no corpo físico, o crescimento se­rá coisa natural e inevitável. O mesmo acontece espiritualmen­te. Se nascemos de novo e somos cristãos fiéis, iremos desen­volver-nos naturalmente, como o botão do lírio. A Bíblia diz: "Descansa no Senhor e espera nele" (Salmo 37:7). "Por bai­xo de ti estende os braços eternos" (Deuteronômio 33:27). "Pois assim dá ele aos seus amados e sono" (Salmo 127:2). "O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano. Plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor" (Salmo 92:12-14).

 

5.    Exercitando

A Bíblia dá muita ênfase ao trabalho. Mostre-me alguém que não trabalha e lhe mostrarei um fraco. Se você trabalha assiduamente, comerá e dormirá bem. As pessoas se queixam muitas vezes de que não são alimentadas espiritualmente, mas provavelmente não têm fome espiritual, e não sentem apetite porque não estão trabalhando. Os tecidos frágeis exigem forta­lecimento. Da mesma forma, os que lutam no campo da lavou­ra do Senhor clamam pelo pão da vida. Se um crente trabalhar com sinceridade na vinha de Deus, ele crescerá na graça. Meu amigo, se você quiser realmente crescer, comece a trabalhar. Pratique a verdade que conhece, e muitas outras coisas se esclarecerão. Os braços do lavrador ficam mais fortes devido ao trabalho contínuo. A criança cresce através do exercício. Devemos crescer como crescem as crianças: vagarosa, mas continuamente: um pouco cada dia e muito em um ano. No co­meço as pernas podem estar fracas, mas em breve poderemos andar sem cansar e correr sem desmaiar. "Pois ao que tem se lhe dará" (Marcos 4:25). Jesus disse: "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também" (João 5:17).

Um bom exercício é testemunhar em relação à nossa fé em Jesus Cristo. Jesus declarou distintamente: "Sereis minhas testemunhas" (Atos 1:8). Uma testemunha é alguém que fala o que sabe. Depois de tudo o mais ter sido dito e feito, nossa verdadeira justificativa para viver é prestar testemunho. Não permita que se passe um dia sem que você tenha falado a al­guém sobre Jesus Cristo. O testemunho mantém nossa vida de oração ativa e atualizada. Ele também nos anima a pesquisar as Escrituras em busca das respostas a serem dadas àqueles a quem você está testemunhando.

Amigo, você tem crescido desde a sua conversão? Está glorificando mais a Deus esta semana do que na semana pas­sada? Está mais próximo do Salvador hoje do que no momento de sua decisão? Você se rejubila na Lei do Senhor e medita sobre ela dia e noite?

Com a ajuda de Deus, os cristãos podem ser como as ár­vores plantadas ao longo dos rios, estendendo seus ramos e produzindo fruto. Separados de Cristo, não passamos de refugo, sem qualquer esperança de vida.

Gostaria de encorajar você a crescer, crescer, crescer, até aquele dia maravilhoso em que veremos a Ele e seremos tal como Ele é!

Se Deus pode fazer de uma triste semente,

Com um pouco de terra, de ar,

De orvalho, chuva, sol e sombra,

Uma flor tão bela,

 

O que não poderá então fazer de uma alma como

[a sua,

Com a Bíblia, fé e oração,

E o Espírito Santo; se você fizer a Sua vontade

E confiar em Seu amor e cuidado?

 

Autor Desconhecido

 

 

 

LEMBRETES

As coisas mortas não podem crescer. Antes de haver cres­cimento espiritual, é preciso que haja vida espiritual.

Precisamos crescer porque o crescimento faz parte do pla­no de Deus. Devemos ceder ou perecer.

A salvação é apenas o começo daquilo que Deus quer fa­zer por você. Não há livro que faça você crescer como a Bíblia.

"Orar não é vencer a relutância de Deus, mas sim apro­priar-se da Sua suprema boa vontade" — Trench.

A oração e o trabalho formam o conjunto invencível do Novo Testamento. As orações sinceras jamais são mandadas de volta para casa.

 

 

PERGUNTAS

1.   Qual o primeiro passo necessário para o crescimento?

2.   Cite três versículos que mostram que Deus quer que os cristãos cresçam.

3.   Por que o estudo da Bíblia é comparado à alimen­tação?

4.   Com base na vida de Jesus dê exemplos da importân­cia da oração.

5.   Qual o efeito que o testemunho pode ter sobre a nos­sa oração e estudo bíblico?

6.   Cite cinco sugestões para o crescimento.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 4

 

VOCÊ E O ESPÍRITO SANTO

 

"No qual vós também juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito" (Efésios 2:22).

Quando Moody estava visitando a Inglaterra, ele ouviu Henry Varley dizer: "O mundo está ainda para ver o que Deus fará com um homem inteiramente consagrado ao Espírito Santo".

Moody pensou consigo mesmo: "Ele disse, 'um homem'. Não disse, 'um grande homem', nem 'um homem culto', nem 'um homem rico', mas simplesmente 'um homem'. Sou um ho­mem, e está dentro do próprio homem decidir se irá ou não consagrar-se inteiramente. Vou fazer o máximo para ser esse homem".

 

* * *

 

Todo cristão deve apóiar-se no Espírito Santo porque isso é indispensável. Ele é o supremo Construtor na edificação de uma vida. Todavia, para muitos, o Espírito Santo é o Membro esquecido da Trindade. Seu ministério ou é desconhecido ou ignorado, e portanto o Seu poder fica relegado ao esqueci­mento.

No prefácio de sua paráfrase das epístolas do Novo Tes­tamento, J.B. Phillips escreve:

"A grande diferença entre o cristianismo de hoje e aquele do qual lemos nestas cartas, é que para nós é primariamente se­guir uma prática, enquanto que para eles era uma verdadeira experiência (...)   Para estes homens é manifestamente uma invasão nas suas vidas, uma completa novidade de vida. Eles não receiam de descrever isto, como sendo Cristo vivendo neles1".

Que censura para nós. Ao ler isto não pude deixar de per­guntar a mim mesmo: Que espécie de cristão sou? Estou expe­rimentando a presença toda-poderosa de Deus através do Espí­rito Santo?

Através dos séculos houve vários exemplos de cristãos que, apesar de viverem vidas comuns, foram transformados pelo po­der do Espírito Santo em crentes vibrantes — testemunhas ati­vas e enérgicas de Jesus Cristo.

Veja Pedro, por exemplo. Antes de o Espírito Santo pas­sar a ter domínio sobre ele no dia de Pentecostes, tinha sido um discípulo. Mas também tinha negado Jesus, tivera vergonha de tomar posição ao lado de Jesus.

Mas quando o Espírito Santo apossou-se de Pedro, ele modificou-se. Uma fantástica mudança operou-se nele, e co­meçou a pregar poderosamente o Evangelho de Jesus Cristo.

Há algum tempo atrás eu recebi uma carta de um jovem. "Durante vinte dos meus trinta e três anos", disse ele, "fui um cristão professo. Mas só recentemente entendi a verdade da obra do Espírito Santo, o que Ele pode fazer em minha vida. A diferença que Ele fez nesse sentido tem sido inacreditável".

Todo crente deve compreender que o Espírito Santo habi­ta em seu interior e que está disposto e esperando para ser nosso Guia e Colaborador. A conversão a Jesus Cristo começou em nós com o poder regenerador do Espírito Santo, e ela conti­nuará e será consumada mediante o poder de Sua ressurreição.

 

O ESPÍRITO SANTO NO VELHO TESTAMENTO

Na época do Velho Testamento o Espírito de Deus agia, mas aparentemente de maneira limitada. Por exemplo, Ele estava presente na criação, pois as Escrituras dizem: "e o Espí­rito de Deus pairava por sobre as águas" (Gênesis 1:2). Le­mos sobre Sansão: "Então o Espírito do Senhor de tal maneira se apossou dele..." (Juizes 14:6). Dizia-se também de al­guns homens que possuíam o Espírito de Deus. Por exemplo, Josué: "Disse o Senhor a Moisés: Toma a Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e impõe-lhe a mão" (Núme­ros 27:18). O Velho Testamento contém pelo menos oitenta e oito referências ao Espírito Santo. Essas referências parecem mostrar que o Espírito Santo descia para realizar uma deter­minada tarefa e retirava-se depois dela estar completa. No Novo Testamento o relacionamento com o Espírito é constante e permanente.

 

______________

1. PHILLIPS, J. B., Cartas às Igrejas Novas, São Paulo, Edições Vida Nova, 1972, p. 13.

 

 

"O Espírito de Deus foi o Espírito de convicção quando o pecado mostrou os seus efeitos desde a Queda até ao Dilúvio; Ele foi um Espírito administrador ao distribuir as funções quan­do o povo de Deus estava sendo organizado em nação; foi um Espírito de força quando o povo lutava pela terra, e expulsava os que tinham pecado gravemente; e veio a ser um Espírito de esperança quando o povo escolhido passou a uma condição de apostasia e de peregrinação. Ele iluminou o horizonte com o brilho do novo dia2".

 

O ESPÍRITO SANTO COMO PROMETIDO POR JESUS

Não há dúvidas de que o Espírito de Deus estava em ati­vidade no Velho Testamento; todavia, Jesus prometeu que o Espírito Santo viria de modo diferente do que já o fizera antes. De fato, Jesus afirmou que seria melhor ou mais conveniente, para os discípulos que Ele fosse embora, pois se não o fizesse, o Espírito não viria (João 16:7).

O apóstolo João confirmou isto quando disse que o Espí­rito Santo até aquele momento não fora dado, "porque Jesus não havia sido ainda glorificado" (João 7:39). Esta passagem mostra claramente que o Espírito Santo deveria vir e atuar de um modo diferente do que o fizera antes. O cumprimento des­ta promessa teve lugar no dia de Pentecostes.

 

2. MORGAN, G. Campbell, The Spirit of God (O Espirito de Deus), Nova Iorque, Revell, 1900, p. 93.

 

No primeiro capítulo do livro de Atos, os discípulos rece­beram ordem para aguardar a chegada do Espírito Santo. O segundo capítulo conta a emocionante história de Sua chegada (Atos 2:1-4).

Desde aquele dia até hoje, o Espírito Santo nunca mais nos deixou. Ele tem estado com a Igreja desde então. Ele é freqüentemente entristecido por causa da descrença, mas ja­mais se ausenta. O dia de Pentecostes marcou a vinda do Espí­rito de uma nova forma, a fim de viver no corpo terreno de todos os crentes. Podemos pois cantar jubilosamente:

 

ó, espalhem as boas-novas,

onde quer que o homem se encontre,

Onde quer que as desventuras e sofrimentos ensombrem o coração humano,

Cada lábio cristão deve proclamar o som jubiloso:

Chegou o Consolador!

 

Frank Bottome

 

 

O ESPÍRITO SANTO £ UMA PESSOA

O Espírito Santo possui todas as características de uma pessoa. Ele tem inteligência e vontade. Possui emoções. Não é apenas uma força vaga. Não é uma energia ou poder impessoal como a eletricidade ou a gravidade.

O Espírito Santo é também nosso Mestre. "Mas o Conso­lador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará... e vos fará lembrar de tudo o que vos te­nho dito" (João 14:26).

O Espírito Santo nos dá a segurança da salvação pessoal. Em Romanos 8:16 lemos: "O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus". O Espírito Santo harmoniza-se com o nosso espírito se estivermos em comunhão com Deus.

Novamente em João 16, Jesus ensinou que o Espírito San­to convence os homens do pecado. Quando o Espírito Santo vier, disse Jesus: "convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo" (v. 8).

O Espírito Santo nos ensina, nos fortalece e testemunha . em nosso interior. O Espírito Santo tem, na verdade, caracte­rísticas e funções especiais. A Bíblia ensina claramente que Ele é uma pessoa.

 

O ESPÍRITO SANTO HABITA EM TODOS OS CRENTES

A Bíblia ensina com toda clareza que o Espírito Santo ha­bita em todo crente. Que surpreendente verdade! Pense nisso — Deus, o Espírito Santo, habitando em cada cristão!

Paulo escreveu aos coríntios carnais: "Não sabeis que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1 Coríntios 3:16). Apesar da carnalidade deles, eles continuavam sendo a habitação do Espírito Santo!

Em tempos idos, Deus habitou no Tabernáculo e mais tarde no Templo. Você pode perguntar: "Onde Ele habita ago­ra?" A Bíblia diz: "em vós". "Cristo em vós, a esperança da glória" (Colossenses 1:27). Quer você tenha oito ou oitenta anos de idade, no momento em que recebe a Cristo, o Espí­rito Santo passa a habitar em seu corpo físico.

A palavra habitar tem um belíssimo significado, ela quer dizer estabelecer-se e viver, como você o faria em uma casa. O Espírito Santo é um Hóspede pessoal e permanente. Ele está conosco e em nós todo o tempo.

Como um Residente vivo no interior do crente, o Espírito Santo nos dá forças para substituir nossa fraqueza. Ele nos guia no entendimento da Palavra de Deus e da Sua vontade. Ele nos ajuda a orar. Ele nos capacita a servir. Ele nos consola quando tristes. Ele é o Consolador, o Enviado para nos assistir em tudo.

Quando você recebeu a Cristo aconteceram mais coisas do que pode imaginar. Em primeiro lugar, você recebeu o per­dão dos seus pecados. Segundo, você imediatamente se tornou membro da grande família de Deus. Terceiro, você foi selado com o Espírito Santo. Paulo disse: "Em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vos­sa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa" (Efésios 1:13). Isto fala da pro­priedade divina.

Paulo continua: "Porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado" (1 Coríntios 3:17). Paulo está simplesmente dizendo que nossas vidas devem ser santas. Lembre-se sempre, Ele é o Espírito Santo, e exige pureza em nossa vida. A Bíblia diz: "Andai no Espírito, e jamais satisfareis à concupiscência da carne" (Gaiatas 5:16).

 

O ESPÍRITO SANTO E A LUTA Ã NOSSA FRENTE

Existe um conflito no íntimo de cada cristão. O apóstolo nos dá um exemplo disto em Romanos 7. Apesar do crente ter sido plenamente perdoado, ele logo descobre que o pecado ain­da age em seu íntimo. Mesmo que sejamos transformados por causa de nossa conversão, não somos ainda tudo aquilo que seremos um dia. O pecado continua a atuar em nós, e o resul­tado é uma batalha entre a "nova natureza" com todos os seus novos ideais e aspirações, e a "velha natureza" com seus dese­jos e expectativas.

O cristão quer agradar a Deus, enquanto o homem não-convertido quer agradar a si mesmo.

Há um meio de fuga? Devemos ser vítimas de nossa natu­reza pecaminosa, ou poderemos sair vencedores? Que alegria é saber que a vitória é absolutamente possível! Está ao alcance de todos.

Primeiro, para vencer você precisa sujeitar sua vida a Je­sus Cristo e recebê-lO como Salvador. Alguém disse: "Se quiser dominar a tentação, é necessário primeiro permitir que Cristo domine você".

O homem é, desde a queda no Éden, como um relógio cuja corda principal se quebrou. Ele precisa ser totalmente reforma­do por dentro, mas o conserto é feito por alguém que está do lado de fora. Ele não pode consertar-se a si mesmo. Os ho­mens e mulheres de hoje também precisam ser refeitos por al­guém. Esse alguém é Jesus Cristo, o Redentor da alma e da natureza do homem. Ele ama você, morreu por você, e quer que você se aproxime dEle com espírito de arrependimento e fé.

A salvação é o primeiro passo para vencer a tentação.

Segundo, ao crente — ao filho de Deus — é dado o pri­vilégio de orar para vencer a tentação. Tiago afirma: "Se, po­rém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente" (Tiago 1:5).

Você precisa de ajuda para superar sua fraqueza? Peça isso a Deus! Precisa libertar-se do poder e da tentação do pe­cado? Peça a Deus! Só Ele pode livrá-lo. Muitas vezes clamei: "Senhor, ajuda-me", e o livramento de Deus sobreveio.

A Palavra de Deus proclama que "não vos sobreveio ten­tação que não fosse humana; mas Deus é fiel, e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, pelo contrário, jun­tamente com a tentação, vos provera livramento, de sorte que a possais suportar" (1 Coríntios 10:13).

D.L. Moody comentou: "Quando os cristãos caem em tentação, devem orar pedindo ajuda a Deus, e quando tenta­dos não devem desanimar. Não se peca ao ser tentado, mas o pecado está no cair em tentação".

Terceiro, aplique a Palavra de Deus. Jesus expulsou Satanás, citando as Escrituras. Ele disse: "Está escrito", e nós de­vemos fortalecer-nos da mesma forma com a Palavra de Deus. Quarto, submeta-se ao Espírito Santo que habita em seu inte­rior. Quando uma gota d'água cai sobre uma chapa quente, ela na verdade não toca a chapa, mas repousa sobre uma leve camada de ar muito quente. O calor supera a gravidade e sus­tenta a gota até que se evapore. O filho de Deus que é dirigido pelo Espírito Santo pode ser tentado, mas não destruído, pois ele'tem a promessa do Senhor: "Porque maior é aquele que es­tá em vós do que aquele que está no mundo" (1 João 4:4).

Em sua hora de provação, lembre-se de -que Deus é fiel. Ele conhece a sua capacidade. Ele lhe dará toda força neces­sária para vencer a tentação, ou provera um meio de você se libertar dela.

O segredo da vitória na vida cristã é a habitação do Espí­rito Santo. Permita que Ele tenha controle absoluto sobre você.

 

O ESPÍRITO SANTO CAPACITA PARA O SERVIÇO

A.C. Dixon costumava dizer: "Quando confiamos na or­ganização, obtemos aquilo que ela pode dar. Quando nos apoia­mos na educação, usufruímos os seus resultados. Quando fa­zemos uso da eloqüência, obtemos os frutos da eloqüência. Mas quando nos apoiamos no Espírito Santo, alcançamos aquilo que Deus pode conceder"'.

O poder está ao alcance de todos os que crêem. Nosso Se­nhor declarou ao partir: "Mas recebereis poder, ao descer so­bre vós o Espírito Santo" (Atos 1:8).

Ouvi há pouco tempo uma história verídica sobre um ho­mem que se esforçava por manter em ordem o gramado de seu jardim, mas finalmente chegara à conclusão de que não valia a pena perder tempo com aquilo. Decidiu comprar um desses cortadores de grama modernos, que sem dúvida iria libertá-lo de uma vez por todas de sua dor de cabeça dos sábados à tarde.

E fez exatamente isso. Quando chegou o dia da entrega, o encarregado mostrou-lhe como operar o cortador, explicando-lhe todos os controles e também avisando-o que o aparelho já estava abastecido de gasolina e óleo.

O homem não via a hora de poder experimentar o corta­dor novo. Tão logo o entregador saiu, ele pulou no assento e virou a chave, mas não aconteceu nada. O motor não funcionou, não se ouviu qualquer ruído, nada!

Sua primeira reação foi verificar a gasolina e o óleo. Esta­vam em ordem. Depois examinou a chave, voltando-a de um lado para o outro. Ainda nada! Finalmente achou que, apesar do cortador ser completamente novo, a bateria devia estar descar­regada. Levou-a então até o posto de serviço mais próximo e deu-lhe uma carga. Voltou para casa, virou a chave — e nova­mente, nada!

Quando estava a ponto de desistir, o vizinho do lado apro­ximou-se e lhe perguntou qual era o problema. Depois de ouvir toda a história, o vizinho subiu no cortador, virou a chave, aper­tou o botão de partida e imediatamente o motor funcionou.

O homem ficou simplesmente arrasado! Pensar que tive­ra tanto trabalho só porque não tinha apertado o botão de par­tida. ..

Você pode dizer: "é uma coisa tão simples!" e está abso­lutamente certo. Mas o papel que o botão de partida repre­sentava para aquele cortador, o Espírito Santo representa na vida do crente! Da mesma forma que a máquina necessitava entrar em contato com a energia para funcionar, nós precisa­mos do poder do Espírito Santo para servir com êxito na vida cristã.

À medida que dependemos do Espírito Santo, seremos capacitados para viver acima do mundo, da carne e do diabo. Fazendo uso de nossas próprias forças, com certeza cairemos, "mas, se pelo Espírito mortificardes os feitos do corpo, certa­mente vivereis" (Romanos 8:13). O Espírito Santo é nossa fonte de poder.

 

UMA PALAVRA DE AVISO

Devemos lembrar-nos sempre que o Espírito Santo pode ser entristecido através de uma vida negligente. Paulo adverte: "E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes sela­dos para o dia da redenção" (Efésios 4:30). A palavra "en­tristecer" significa "causar sofrimento". G. Campbell Morgan pergunta: "Como você se sentiria se fosse obrigado a viver com alguém que estivesse sempre entristecendo o seu coração pela sua conduta?" Não entristeça ou apague o Espírito Santo: pelo contrário, "enchei-vos do Espírito" (Efésios 5:18).

O abençoado Espírito Santo é nosso Ajudador hoje, ama­nhã e para sempre. Escancare as janelas de sua vida, e Ele irá enchê-la com a Sua presença.

 

LEMBRETES

"O mundo está ainda para ver o que Deus fará com um homem inteiramente consagrado ao Espírito Santo." Henry Varley.

O dia de Pentecostes marcou a vinda do Espírito de uma nova forma, a fim de viver no corpo terreno de todos os crentes.

"Quando confiamos na organização, obtemos aquilo que ela pode dar. Quando nos apoiamos na educação, usufruímos os seus resultados. Quando fazemos uso da eloqüência, obte­mos os frutos da eloqüência. Mas quando nos apoiamos no Espírito Santo, alcançamos aquilo que Deus pode conceder." A.C. Dixon.

O segredo da vitória na vida cristã é a habitação do Espí­rito Santo. Permita que Ele tenha controle indiscutível sobre você.

Apesar de não sermos sem pecado, devemos pecar cada vez menos.

 

PERGUNTAS

1. Descreva em suas próprias palavras a diferença entre a obra do Espírito Santo antes e depois de Pentecostes.

2.   Por que era melhor para Jesus subir aos céus?

3.   Como você pode mostrar que o Espírito Santo é uma pessoa?

4.   Quando o Espírito Santo habita no crente e por quan­to tempo?

5.   Por que os que crêem em Cristo continuam tendo con­flitos íntimos?

6.   Cite algumas das coisas que o Espírito Santo faz pa­ra nós.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 5

 

VOCÊ E A BÍBLIA

 

"Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado a um homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha" (Mateus 7:24).

Lutero dizia que estudava a Bíblia como alguém que co­lhe frutas: "Em primeiro lugar sacudo a árvore, para que as mais maduras caiam. Depois subo na árvore e sacudo cada ga­lho, a seguir cada ramo, e por fim olho debaixo de cada folha".

 

* * *

 

Num sentido literal, a Bíblia é Deus falando com você. Ela é o instrumento de Deus para a salvação (Romanos 10:17; 1 Pedro 1:25) e o instrumento de Deus para que os cristãos possam crescer (1 Pedro 2:2). É a norma do cristão.

O primeiro passo para compreender a Bíblia é a conver­são. Nas palavras de Paulo: "Ora, o homem natural não aceita as cousas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente. Po­rém o homem espiritual julga todas as cousas" (1 Coríntios 2:14-15).

A pessoa que não é crente pode ler a Bíblia e receber considerável inspiração, mas o* verdadeiro cristão recebe infi­nitamente mais. A submissão deve ser acrescentada à salvação. A Bíblia deve ser lida com espírito de humildade. Esta é a ma­neira como começar:

 

LEIA A BÍBLIA COM ESPÍRITO DE ORAÇÃO

A oração é o "abre-te sésamo" para a Bíblia. Comece sempre com oração a sua leitura bíblica, a fim de obter orientação divina. Ao ler algum livro recente, todos nós desejaría­mos que o autor estivesse presente para responder a algumas perguntas e explicar algumas coisas, mas isto raramente é pos­sível. Por mais surpreendente que pareça, tal coisa é possível ao lermos a Bíblia. Tiago afirmou: "Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberal­mente, e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida" (Tiago 1:5). Deus quer realmente dar-nos sabedoria e entendimento. O salmista conhecia esta verdade, pois em tempos idos ele orou: "Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei" (Salmo 119:18). É realmente esplên­dido poder pedir ao Senhor que nos mostre a cada dia alguma "maravilha" da Sua Lei. Depois de Deus ter feito isso, pense nessa verdade, aplique-a e faça uso dela.

 

*  * *

John Newton declarou: "Uma hora de acesso íntimo ao trono da graça, onde o Senhor permite que a Sua glória passe diante da alma que o busca, pode dar-lhe mais conhecimento espiritual e consolo do que um dia ou uma semana de conversa com o melhor dos homens, ou a mais cuidadosa pesquisa de muitos livros".

 

*  * *

 

A Bíblia é o resultado de homens terem sido movidos pe­lo Espírito Santo. Em 2 Pedro 1:21 lemos: "Porque nunca ja­mais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entre­tanto homens falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo". E de novo: "Toda Escritura é inspirada por Deus" (2 Timóteo 3:16). O mesmo Espírito Santo que guiou esses homens a escreverem, deseja guiar-nos hoje a fim de podermos compreender. Sem o Espírito Santo, a Bíblia é como um ocea­no que não pode ser sondado, céus que não podem ser exa­minados, minas que não podem ser exploradas, e mistérios que não podem ser elucidados. Devemos submeter-nos à liderança do Espírito Santo. Jesus disse: "quando vier, porém, o Espí­rito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade" (João 16:13). O Espírito Santo veio e habita em todos os crentes. Permita que Ele guie você na verdade de Deus. Sem que sejamos iluminados pelo Espírito Santo, nossa leitura é vã. Leia então a Bí­blia com espírito de oração.

 

LEIA A BÍBLIA CUIDADOSAMENTE

Foi dito a respeito dos cristãos de Beréia: "Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois recebe­ram a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as cousas eram de fato assim" (Atos 17:11). Os cristãos de Beréia liam as Escrituras com cuidado! A Bíblia é muito lida hoje, mas pouco estudada. A leitura cuidadosa exige concentração, necessitando que tenhamos a mente alerta. Ler de maneira superficial, para acalmar a cons­ciência, pouco adianta.

Jesus disse: "Se alguém quiser fazer a vontade dele, co­nhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo" (João 7:17). Isto requer obediência. "Se al­guém quiser fazer a vontade dele, ele saberá." Todas as difi­culdades cederão perante uma mente preparada e disposta.

Céus escuros serão penetrados, as profundezas sondadas e os grandes rios serão transpostos. A obediência à vontade de Deus resulta em uma confiança inabalável na Palavra de Deus.

Os de Beréia também "examinavam as Escrituras todos os dias". Isto exige esforço, pois as grandes verdades de Deus não são descobertas pelo leitor casual. Diamantes não são en­contrados nas calçadas. Os melhores estão sempre debaixo da concha. Devemos demorar-nos nos capítulos, versículos, frases e palavras da Bíblia, buscando ansiosamente compreender a sua mensagem. Sim, devemos pesquisar como um mineiro pro­cura o ouro. Nas palavras do salmista: "Amo os teus manda­mentos mais do que o ouro" (Salmo 119:27). Devemos bus­car, como o homem faminto busca alimento. Disse Jeremias: "Achadas as tuas palavras, logo as comi" (Jeremias 15:16). E Jó: "As palavras da sua boca prezei mais do que o meu ali­mento" (Jó 23:12). Novamente: "Quão doces são as tuas pa­lavras ao meu paladar! mais que o mel à minha boca" (Salmo 119:103). A pequenina abelha se achega à flor, depois penetra fundo nela e suga o mel. A leitura bíblica cuidadosa irá pro­duzir mel para a nossa boca. Jesus disse: "Examinais as Escri­turas, porque julgais ter nelas a vida eterna" (João 5:39).

A fórmula do Senhor para o sucesso de Josué foi esta: "Não cesses de falar deste livro da lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo a tudo quanto nele está escrito; então farás prosperar o teu caminho e serás bem sucedido" (Josué 1:8).

A palavra "meditar" significa "dar atenção". Toda aten­ção deve ser focalizada no assunto. A definição de Davi sobre o homem feliz no Salmo 1 diz que é aquele cujo "prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite". Peca­mos a Deus que não nos permita ler a Bíblia superficialmente, com espírito complacente e casual. Leiamos cuidadosamente a Bíblia.

 

LEIA A BÍBLIA SISTEMATICAMENTE

Primeiro, permita-me sugerir que você estabeleça um ho­rário definido para a leitura bíblica, preferivelmente no início do dia quando a mente está mais alerta. Numa hora certa, num lugar sossegado, leia sistematicamente a Palavra de Deus.

Não permita que nada interfira, por mais importante que pareça. Muitos cristãos bem-intencionados, que amam sincera­mente ao Senhor, vacilam em sua experiência cristã por não terem uma hora certa para estar com Deus. O velho hino afirma:

 

"Tempo pra ser santo, tu deves buscar,

A sós com teu Mestre freqüente estar".

Vamos ficar atentos para a inutilidade da vida superativa.

 

Ler um texto da Bíblia antes de dormir é bom, mas não é suficiente. Não só os nossos últimos pensamentos conscientes devem ser para o Senhor, mas também os primeiros. Dê a Deus a primeira parte do dia, não a última; o melhor, não o pior.

"Mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, so­bem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam" (Isaías 40:31).

Segundo, comece do começo. Ao ler qualquer outro livro começamos no capítulo 1. Começar a ler uma novela ou bio­grafia no meio resulta em confusão. O mesmo se dá com a Bí­blia. Não podemos entender adequadamente Êxodo sem ter lido Gênesis, nem Hebreus sem ter lido Levítico. Muitas vezes nos apegamos tanto a certas passagens favoritas que negligencia­mos o restante da Bíblia. Comece onde Deus começou, Gênesis, capítulo 1, versículo 1; e avance firmemente até Apocalipse, capítulo, 22, versículo 21.

Terceiro, arranje um caderno de apontamentos e tome no­ta de algumas perguntas, tais como: Quem está falando: Deus, um apóstolo, ou o diabo? A quem foi escrito, a santos ou peca­dores? Qual o ambiente em que vivia o escritor e possivelmente o leitor? Quais as idéias principais? Qual parece ser o versículo-chave? Qual a mensagem que existe nele para mim hoje? À medida que lê, preencha as respostas. Aprenda os fatos e apli­que-os a seguir. Este método de leitura irá ajudá-lo a entender todo o livro, evitando erros e má interpretação. Tenha a certe­za de que está entendendo as palavras que lê. Caso negativo, procure o seu significado. Saiba onde está, geográfica e crono­logicamente. Note as referências à margem ou no rodapé e com­pare os textos citados com o que você está estudando — Escri­tura com Escritura.

Você pode desejar fazer o estudo de um assunto especí-» fico, além da sua leitura regular. Isto traz muito proveito. To­me, por exemplo, uma concordância bíblica e procure a pala­vra céu. Procure cada passagem bíblica sobre este assunto e registre o que encontrou. Você vai ficar entusiasmado com o que aprendeu!

Os comentários bíblicos são esplêndidos, mas não se pren­da demais a eles. Alguém disse com humor: "A Bíblia lança muita luz sobre os comentários". Qualquer livro que tenha prio­ridade sobre a Bíblia,  torna-se um elemento prejudicial  que pode enfraquecer-nos. Ler as palavras dos homens e negligen­ciar a Palavra de Deus é considerar os livros dos homens mais valiosos. Leia a Bíblia sistematicamente.

 

LEIA A BÍBLIA COM CONFIANÇA

Por quê? Porque "sem fé" — SEM FÊ — "é impossível agradar" (Hebreus 11:6). A salvação, da mesma forma que o crescimento cristão depende da crença. É necessário que haja fé para entender a Bíblia. Foi exatamente nisto que Israel fa­lhou. "Mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé, naqueles que a ouviram" (Hebreus 4:2). É preciso — é preciso — que creiamos em Deus! Devemos ler a Bíblia com confiança.

A Bíblia não está morta, mas viva. Se o Senhor veio pes­soalmente até você, iria então ignorá-lo? Deus falou a você através da Bíblia! Jamais devemos negligenciá-la. Pense bem! É a Palavra de Deus, e não do homem. Que possamos excla­mar sinceramente como Samuel: "Fala, Senhor, porque o teu servo ouve" (1 Samuel 3:9).

Imagine o Sr. José ao fim do dia. Ele está cansado tanto física como mentalmente. Antes de ir para a cama ele lê apres­sadamente um dos salmos mais curtos. Ora rapidamente e cai na cama. O Sr. José certamente não irá lembrar muito daquilo que leu, pois todas as condições são contrárias.

Em contraste, pense no Sr. José no início do dia. Ele está descansado de corpo e mente. Em um lugar determinado e nu­ma certa hora, ele começa o dia com Deus. Depois de orar pe­dindo a orientação do Espírito, ele lê com cuidado, responden­do a certas perguntas e tomando breves notas daquilo que des­cobriu. Ocasionalmente precisa procurar um versículo ou com­parar uma passagem das Escrituras com outra. Depois de um estudo sistemático, ele está pronto para todos os acontecimen­tos do dia. A Palavra de Deus irá protegê-lo contra o mal. Suas novas descobertas espirituais poderão ser aplicadas e postas em uso. Podemos estar razoavelmente certos de que ele irá "cres­cer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2 Pedro 3:18).

Para crescer nas coisas de Deus, devemos ler a Bíblia com espírito de oração, com cuidado e sistematicamente, e, acima de tudo, com confiança.

 

LEMBRETES

O primeiro passo para a pessoa compreender a Bíblia é a conversão.

"Uma hora de acesso íntimo ao trono da graça, onde o Senhor permite que a Sua glória passe diante da alma que O busca, pode dar-lhe mais conhecimento espiritual e consolo do que um dia ou uma semana de conversa com o melhor dos ho­mens, ou a mais cuidadosa pesquisa de muitos livros". John Newton.

O mesmo Espírito Santo que guiou esses homens ao escre­verem, deseja guiar-nos hoje a fim de podermos compreender.

Os de Beréia também "examinavam as Escrituras todos os dias". Isto exige esforço, pois as grandes verdades de Deus não são descobertas pelo leitor casual. Diamantes não são encon­trados nas calçadas.

 

PERGUNTAS

1.   Cite dois versículos das Escrituras que indiquem que a Bíblia é o instrumento de Deus para a salvação e crescimento cristão.

2.   Por que a conversão é o primeiro passo para com­preender a Bíblia?

3.   De que forma a oração se relaciona com a compreen­são das Escrituras?   (Salmo   119:18)

4.   Como os cristãos de Beréia se tornaram exemplos pa­ra os cristão de hoje? (Atos 17:11)

5.   Cite três maneiras como o cristão deve ler a Bíblia.

6.   Por que é essencial que a Bíblia seja lida com con­fiança?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 6

 

COMO ORAR

 

"Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrirse-vos-á" (Mateus 7:7)

Ore por grandes coisas, espere grandes coisas, trabalhe por grandes coisas, mas acima de tudo, ore. R.A. Torrey.

A oração é a chave que abre a porta dos tesouros de Deus.

 

* * *

 

Os discípulos se aproximaram certo dia de Jesus e lhe pediram: "Senhor, ensina-nos a orar" (Lucas 11:1). Eles ti­nham notado que ninguém orava como Jesus, e enquanto observavam e ouviam a oração de Jesus, compreenderam a sua própria e desesperada necessidade. Eles não pediram: "Senhor, ensina-nos a pregar", mas "ensina-nos a orar".

A princípio, pode parecer difícil orar. Mesmo que as pa­lavras surjam com dificuldade, você deve porém insistir, pois através da oração podemos entrar na própria presença de Deus. Podemos tornar nossas necessidades conhecidas dEle; mas, mais importante ainda, podemos entrar em comunhão com Deus.

 

O QUE É ORAÇÃO?

O dicionário define a oração como sendo uma petição re­verente e devota a Deus, uma súplica. A oração é, com certeza, isso. A mais simples definição de oração é o termo clamor. Em Romanos 8:15, Paulo diz: "Porque não recebestes o espírito de escravidão para viverdes outra vez atemorizados, mas recebestes  o espírito de adoção,  baseados  no  qual clamamos: Aba, Pai".

A oração é um clamor. Quando oramos, estamos claman­do a Deus. "Senhor, ajude-me." "Senhor, dê-me sabedoria." "Senhor, ajude-me a ficar calado." A oração é um grito. Da mesma forma que a criança clama junto aos pais, nós clama­mos a Deus.

Mas a oração é também um chamado. Em Jeremias 33:3, as palavras do Senhor são estas: "Invoca-me e te responderei: anunciar-te-ei cousas grandes e ocultas, que não sabes".

Orar é pedir. Nosso Senhor afirmou novamente em Lucas 11:9: "Por isso vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e acha-reis; batei, e abrir-se-vos-á".

Oração é também comunhão. "Como é raro", disse Fenelon, "encontrar uma alma suficientemente silenciosa para ouvir a voz de Deus". Orar é falar a Deus e tê-lo falando conosco. É gastar tampo em comunhão com nosso Pai celestial.

Certo dia o filho de cinco anos de Moody entrou no es­critório em que o pai escrevia. Não querendo ser interrompido, o Sr. Moody perguntou zangado: "Bem, e o que é que você quer?" "Nada, papai", respondeu o garoto, "só queria estar com o senhor." Sentando-se no chão, ele começou a brincar quietinho. O menino só desejava a companhia do pai.

G. Campbell Morgan, o grande pregador inglês, relata: "Foi esse pequeno incidente contado pelo Sr. Moody que me ajudou grandemente no sentido de compreender o verdadeiro significado da oração. Orar é estar onde Jesus está. Quando estamos na Sua presença de nada mais necessitamos para orar com sucesso".

 

POR QUE ORAR?

A resposta a essa pergunta é muito simples: a Bíblia nos ensina a orar. Em Lucas 18:1, Jesus disse que o homem deve "orar sempre e nunca esmorecer". A oração é a cura de Deus para  o   desmoronamento   interior.   Em  Mateus   9:38   somos advertidos a orar, a fim de que o Senhor da seara envie mais ceifeiros para a Sua colheita.

Por que orar? A resposta é esta: porque Jesus orou. Sua vida inteira na terra foi um exemplo de oração.

Da mesma forma como Jesus Cristo, o Filho perfeito de Deus, achou a oração importante, nós, criaturas pecadoras, achamos que ela é indispensável. Jesus orou no início de seu ministério público quando foi batizado: "E aconteceu que, ao ser todo o povo batizado, também o foi Jesus: e estando ele a orar, o céu se abriu" (Lucas 3:21).

Antes de escolher os doze apóstolos, Ele passou a noite toda em oração: "Naqueles dias retirou-se para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E quando amanhe­ceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos" (Lucas 6:12-13).

Ele orou antes de alimentar os cinco mil: "Então Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os entre eles: e também igualmente os peixes, quanto queriam" (João 6:11). Jesus orou antes de ir ao encontro dos discípulos no mar. A Bíblia diz: Subiu ao monte, a fim de orar sozinho" (Mateus 14:23).

No túmulo de Lázaro, Ele orou: "Tiraram, então, a pe­dra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste" (João 11:41).                          ,

Na Última Ceia, Jesus orou: "E, enquanto comiam, tomou Jesus um pão e, abençoando-o, o partiu e lhes deu, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo" (Marcos 14:22).

No Getsêmani, Jesus sofreu agonias em oração (Mateus 26:36-44). Nosso Senhor orou freqüentemente e, seguindo o seu exemplo, cada cristão deve portanto aprender a orar.

Por que orar? Porque ainda agora Jesus Cristo está oran­do a nosso favor, neste mesmo momento, pois a Bíblia diz: "Vi­vendo sempre para interceder por eles" (Hebreus 7:25).

Por que orar? Porque a oração foi o exemplo que nos deixou a primeira igreja. Lemos a respeito da igreja apostólica: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações" (Atos 2:42).

Antes do dia de Pentecostes eles se reuniam para orar: "Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mu­lheres, estando entre elas Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele" (Atos 1:14).

Depois de Pentecostes "perseveravam" firmes em oração.

Quando Pedro foi aprisionado, eles oraram até que Deus o libertou. "Considerando ele a sua situação resolveu ir à casa de Maria, mãe de João, cognominado Marcos, onde muitas pessoas estavam congregadas e oravam" (Atos 12:12).

A igreja apostólica impregnava os seus planos com ora­ção. O apóstolo Tiago advertiu os cristãos, seus contemporâneos, de que a sua pobreza espiritual era devido à negligência em orar. "Nada tendes, porque não pedis" (Tiago 4:2).

 

COMO ORAR?

 

1.     Devemos orar com humildade

O apóstolo Tiago nos diz: "Deus resiste aos soberbos, mas dá graças aos humildes" (Tiago 4:6). Alguém já resistiu a vo­cê? Lutando contra você a cada oportunidade, mostrando-se terrivelmente desagradável? Essa é uma situação difícil de en­frentar. Mas não existe nada, absolutamente nada mais desesperador do que defrontar-se com a resistência de Deus.

A prescrição de Deus para a bênção espiritual é dada em 2 Crônicas 7:14: "Se o meu povo, que se chama pelo meu no­me, se humilhar, orar. . ."

O primeiro passo para uma oração proveitosa é um espí­rito de humildade.

 

2.     Devemos orar especificamente

Conta-se a história de um missionário que foi evacuado durante a Segunda Guerra Mundial de uma ilha no Pacífico Sul.

Ele foi posto em um cargueiro que ziguezagueou pelas águas inimigas em sua jornada para a liberdade. Certo dia, bem na frente do navio, apareceu o periscópio de um submarino ini­migo.

"Foi quando aprendi a orar especificamente", disse o mis­sionário. "Enquanto o inimigo nos observava (provavelmente tentando decidir se nos punha ou não a pique), oramos a favor de cada centímetro daquele navio. "Senhor, faça parar os mo­tores deles!" "Faça enguiçar os torpedos!" "Quebre o seu leme!"

Esse missionário orou especificamente. Por quê? Pelo fato de ter uma necessidade específica: sua vida estava em perigo.

Nossas orações não precisam ser longas. Muitas das ora­ções do Senhor constavam de poucas palavras. A coisa impor­tante é que sejam específicas.

 

3.    Devemos orar com confiança

O General Booth, fundador do Exército da Salvação, acon­selhava as pessoas a "trabalharem como se tudo dependes­se de seu esforço, e orarem como se tudo dependesse de suas orações".

Ore, esperando a resposta de Deus!

Em Hebreus 11:6 somos informados de que "sem fé é im­possível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam".

Tiago diz: "Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando: pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agi­tada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor cousa alguma" (Tiago 1:6-7).

Foi dito a respeito de um missionário que trabalhava na índia: "Ele orava como se Deus estivesse a seu lado pronto pa­ra responder." Ele tinha fé!

 

Sem fé — não podemos ser salvos.

Sem fé — não podemos crescer.

Sem fé — não podemos agradar a Deus.

Sem fé — não obteremos resposta para as nossas orações.

Ore com confiança!

 

4.     Devemos orar com inteligência

Ao orar devemos decidir: "O que realmente quero de Deus?" Quando consulto o médico ou o advogado, preparo cuidadosamente uma lista das coisas que quero perguntar a fim de satisfazer todas as minhas dúvidas. Quando falamos a Deus, devemos apresentar-Lhe nossos pedidos e súplicas com inteli­gência. Tiago repete: "Pedis, e não recebeis, porque pedis mal" (Tiago 4:3). Isso me leva a outro ponto importante. Devemos perguntar a nós mesmos: "Deus pode atender a este meu pe­dido?" Por exemplo, você não deve orar: "Senhor, faça meu marido tornar-se cristão". Deus não opera dessa forma. Esta deveria ser a sua oração: "Senhor, ajude-me a apresentar o Evangelho com amor a meu marido, a fim de que ele possa aceitá-lO como Salvador".

Devemos também perguntar-nos: "Fiz a minha parte? Es­tou dando um exemplo adequado? Estou demonstrando o amor de Cristo em minha vida?"

Se alguém pede a Deus que lhe dê um emprego, deve es­tar disposto a ler os anúncios de empregos nos jornais. O Se­nhor sempre espera que façamos a nossa parte na oração.

 

5.     Devemos orar obedientemente

Não poderemos, de forma alguma, ser bem sucedidos em nossa vida de oração se estivermos vivendo em pecado não-confessado. O salmista declarou: "Se eu no coração contem­plara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido" (Salmo 66:18). O pecado, aquele que não é confessado, é sinônimo de desobe­diência. O pecado bloqueia nossa comunicação com Deus, in­terrompendo a transmissão de poder.

Jesus disse: "Se me amais, guardareis os meus manda­mentos" (João 14:15). Devemos orar a Deus com um coração obediente.

 

QUANDO ORAR?

Orar no lugar errado ou na hora errada é coisa difícil. Jonas orou poderosamente no ventre do peixe. Paulo e Silas oraram à meia-noite no cárcere.

Podemos orar a qualquer tempo, em qualquer lugar. To­davia, é melhor ter uma hora definida e um lugar certo para a oração diária. Davi afirmou: "À tarde, pela manhã e ao meio-dia, farei as minhas queixas e lamentarei: e ele ouvirá a minha voz" (Salmo 55:17).

Lemos sobre Daniel: "Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa, e, em cima, no seu quarto, onde havia janelas abertas da banda de Jerusalém, três vezes ao dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer" (Daniel 6:10).

Jesus nos disse para entrar em um lugar isolado para orar: "Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta, orarás a teu Pai que está em secreto: e teu Pai que vê em secreto, te recompensará" (Mateus 6:6).

Toda vez que o povo de Deus se reúne, seja para comer, estudar a Bíblia ou divertir-se, é certo orar, pedindo a bênção de Deus.

Não esqueça a necessidade da oração em família, cuja prá­tica une os membros dela com um laço comum.

 

PELO QUE DEVEMOS ORAR?

Devemos orar por tudo aquilo que é necessário para o nosso bem-estar físico e espiritual. "Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará boas cousas aos que lhe pedirem?" (Mateus 7:11).

Jesus ensinou os discípulos a orar pelo pão de cada dia. Isto inclui as necessidades da vida: alimento, vestuário e abri­go. Nada é demasiado grande ou insignificante para Deus. So­mos convidados a levar tudo a Deus em oração.

 

OBSTÁCULOS A ORAÇÃO

Orar não é fácil, mas difícil. A incredulidade, o mundanismo, e a indiferença inutilizam a oração.

Considere os seguintes versículos bíblicos: "Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vos­sos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça" (Isaías 59:1-2). "Se eu no coração contemplara a vai­dade, o Senhor não me teria ouvido" (Salmo 66:18). "Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está con­tra aqueles que praticam males" (1 Pedro 3:12).

O pecado causa a perdição da humanidade, e pecado na vida do crente inutiliza a oração. Assim se forma um círculo vicioso. Peça a Deus que o guarde do pecado.

A oração é um privilégio pelo qual não precisamos pagar. É um chamado glorioso. Cultive a oração.

 

LEMBRETES

A oração é a chave que abre a porta dos tesouros de Deus.

A definição mais simples de oração é a palavra clamor.

"Trabalhe como se tudo dependesse de seu trabalho e ore como se tudo dependesse de suas orações". General William Booth.

O primeiro passo para uma oração proveitosa é um espí­rito de humildade.

O pecado bloqueia a nossa comunicação com Deus, inter­rompendo a transmissão de poder.

A oração não é somente um privilégio nosso, mas também um dever. A negligência em orar é desobediência que desagra­da a Deus.

 

PERGUNTAS

1.   Dê duas definições bíblicas de oração, como encon­tradas em Romanos 8:15 e Jeremias 33:3.

2.   Cite pelo menos três razões por que devemos orar e compare-as com as Escrituras.

3.   Indique cinco pontos de interesse sob o título "Como Orar?"

4.   Segundo  Tiago  1:6-17 mencione um  elemento-chave da oração.

5.   Quais alguns dos pontos gerais da oração?

6.   Cite alguns obstáculos à oração e as suas soluções.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 7

 

HORA SILENCIOSA

 

"Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto, e ali orava" (Marcos 1:35).

André Bonar, grande homem de Deus, tinha três regras de vida: (1) Não falar com ninguém sem antes ter falado com Jesus Cristo. (2) Não fazer nada sem antes ter-se ajoelhado a orar. (3) Não ler os jornais sem antes ter lido a Bíblia.

 

* * *

 

Vivemos em um mundo ruidoso, que se move com gran­de rapidez!

A rapidez com que a maioria de nós se movimenta é sim­plesmente aterradora. Mais do que nunca precisamos calcular nosso tempo a fim de fazermos aquilo que é necessário. Devido à nossa atividade febril, muitas coisas importantes se perdem na confusão. Ficam por fazer.

Cada um de nós precisa decidir quais as suas prioridades. Somos nós que determinamos o que deve ter o primeiro lugar em nossa vida: passar tempo com Deus ou fazendo qualquer outra coisa. Esta é uma decisão pessoal. Precisamos decidir o que é essencial e o que é secundário.

Infelizmente, para muitos cristãos, a hora silenciosa não ocupa um lugar importante na lista; ela depende do relógio, sendo por vezes eliminada do seu dia. Essa atividade que deve­ria ser a mais importante para nós é posta de lado, deixando-nos espiritualmente fracos e enfermos.

 

O QUE É A "HORA SILENCIOSA"?

A hora silenciosa do cristão é aquela que ele passa com Deus Pai. Mais especificamente, é o tempo separado cada dia para orar, meditar sobre a Palavra de Deus e estudá-la. É des­sa hora silenciosa com Deus que extraímos força, sabedoria e orientação para nossa vida diária. Sem um devocional diário nós nos tornamos espiritualmente anêmicos, famintos e caímos facilmente nas garras do diabo.

A hora silenciosa pode ser comparada a um banho espi­ritual. Ela lava, refresca e renova o nosso íntimo. Ajuda a pro­teger-nos da corrupção moral que nos cerca. Ela nos prepara, como soldados cristãos, para entrar na batalha espiritual.

Sim, meu amigo, a devoção diária do crente é um ingre­diente indispensável para o sucesso na vida cristã. Jesus afir­mou: "Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus" (Mateus 4:4).

D.L. Moody comentou certa vez: "Se eu conseguir que uma pessoa pense durante cinco minutos sobre a sua alma, é quase certo que irá converter-se". Muita gente jamais deu sua vida a Cristo, não pelo fato de nunca terem ouvido o Evange­lho, mas porque nunca ficaram paradas o suficiente para pon­derar sobre a sua necessidade e permitir que o Evangelho faça sentido.

O cristão conhece Jesus Cristo como seu Salvador; mas, a não ser que passe regularmente algum tempo em silêncio e meditação, refletindo sobre a Palavra de Deus, jamais poderá vir a conhecer Jesus melhor.

Louise Smith escreveu sobre uma mulher que fora crente durante muitos anos. Entretanto, devido à tensão e vazio de sua vida, ela se achava à beira de um colapso nervoso. Enquan­to orava pedindo ajuda ao Senhor, o Espírito Santo levou-a a ler um versículo em Isaías 30 que nunca notara antes. Foi o versículo 15 onde a Bíblia declara: "na tranqüilidade e na con­fiança (está) a vossa força".

A mulher começou a usar meia hora antes de a família levantar-se para a sua hora silenciosa. Passou a ler a Palavra de Deus e a considerar conscientemente o amor, a grandeza e o poder de Deus. Certa manhã, num dia que deveria ser cheio de compromissos difíceis, ela estava ponderando sobre a pas­sagem dos filhos de Israel pelo Mar Vermelho. "Quando com­preendi a facilidade com que Deus fez passar milhares de pes­soas pelo mar", comentou a senhora, "soube que Ele poderia fazer-me atravessar com segurança qualquer mar vermelho que surgisse no meu dia. Saí da minha hora silenciosa cheia de fir­meza, confiança e fé."

Dentro em pouco o nervosismo da mulher tinha desapa­recido por completo. Ela em breve se tornou um tal baluarte de inspiração e força que ninguém poderia acreditar que algum dia tivesse sido ameaçada de um colapso nervoso1!

Os cristãos são hoje bombardeados pelas distrações. Estou certo de que Satanás faz uso de todos os seus recursos a fim de evitar que possamos ter nossa hora silenciosa diante de Deus. A poluição do ruído prejudica a todos nós. Os rádios e as televisões ficam ligados o dia inteiro. Os telefones parecem tocar incessantemente. Os automóveis e os aviões, as máquinas de toda espécie, nos tornam quase indiferentes à beleza da tran­qüilidade.

Nossa sociedade mecanizada, com todos os seus dispositi­vos para poupar trabalho, está se tornando na verdade cada vez mais confusa. Ao que parece, estamos sendo envolvidos em um torvelinho contínuo de atividades. E quando finalmente pomos de lado alguns minutos para render culto, descobrimos que nos­sa mente está cheia de coisas a fazer, lugares onde ir e pessoas com quem falar.

Muitos cristãos vivem dessa forma, parecendo jamais achar tempo para Deus e, como resultado, jamais gozando da vida proveitosa e abundante que Cristo nos oferece.

 

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1. SMITH, Louise, Be Still And Know God (Fique em Silêncio e Co­nheça a Deus), Christian Life, maio 1961, p. 30.

 

A hora silenciosa não é apenas uma idéia sugestiva; ela é absolutamente necessária para o crescimento espiritual. Assim como é mais fácil resistir a um resfriado quando nossa saúde está boa, também é mais fácil resistir ao diabo quando estamos espiritualmente preparados.

Assim sendo, sem levar em conta quem você é: recém-convertido, cristão antigo, leigo ou pastor, não poderá esperar uma vida vitoriosa, se não tiver constância em sua hora silen­ciosa.

Isaías escreveu: "Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no Senhor reno­vam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam" (Isaías 40:30-31).

"Está bem", você diz, "concordo em que a hora silenciosa é importante, mas não consegui ainda arranjar tempo para ela."

 

SUGESTÕES ÚTEIS

Como podemos ficar em silêncio e conhecer a Deus em meio à vida de grande tensão que levamos em nossa sociedade? Como separar um período de quietude? Estou dando algumas sugestões que foram úteis em minha vida pessoal:

 

1.    Reconheça a importância de um período de tranqüilidade

É fácil dizer que temos necessidade de comunhão com Deus. O difícil é cumprir essas palavras. Jamais poderemos ter êxito em qualquer empreendimento a menos que nos empenhe­mos em sua realização.

Certo homem expressou sua necessidade deste período de culto especial desta forma: "Só perdi minha hora silenciosa uma ou duas vezes neste semestre (...) Creio que ela ocupa o se­gundo lugar em importância depois de aceitar a Cristo: pois sei que quando não espero em Deus em oração e meditação na sua palavra, as coisas não dão certo".

Pelo fato de acreditarmos que o alimento é necessário ao nosso bem-estar físico, comemos três vezes por dia. Devemos alimentar-nos espiritualmente pela mesma razão.

Pedro nos disse: "desejai ardentemente, como crianças re­cém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que por ele vos seja dado crescimento" (1 Pedro 2:2).

Martinho Lutero afirmou que "ser cristão sem orar é tão impossível quanto viver sem respirar". A comunicação com Je­sus Cristo através da oração e da Sua Palavra é o salva-vidas espiritual de cada crente.

O próprio Jesus passou muito tempo em meditação e ora­ção. Marcos 1:35 diz: "Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto, e ali orava". Se Jesus Cristo, que estava em perfeita harmonia com Deus Pai, dirigia-se a um lugar isolado para orar, como podemos fazer menos do que Ele?

 

2.    Cultive o hábito da hora silenciosa

Pedro nos desafia a "desejar" a Palavra de Deus (1 Pedro 2:2). Jeremias escreveu: "Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração" (Jeremias 15:16).

"Como você come a Palavra?", me pergunta você. Bem, o que acontece quando você ingere alimentos? Esse copo de leite branco que você bebe se transforma em olhos azuis e cabelo louro. Os vegetais verdes que você come tornam-se parte de sua pele branca, parda ou amarela. Em suma, o que você digere torna-se parte de seu corpo.

O mesmo acontece quando lemos e meditamos sobre a Pa­lavra de Deus. Devemos digeri-la. Ela deve tornar-se parte de nossa vida.

Devemos também desejar falar com Deus, estar com Ele em oração. Como amo minha esposa, quero estar com ela. Gosto de conversar com ela. Quando viajo, espero ansioso o momento em que posso falar-lhe pelo telefone.

Se amamos sinceramente a Jesus Cristo, devemos ter este mesmo desejo. Queremos estar em contato com Ele. Ter comu­nhão com Deus é algo maravilhoso. Mas, ainda mais maravi­lhoso é saber que o Deus Todo-poderoso busca a nossa com­panhia. João escreve: "porque são estes que o Pai procura para seus adoradores" (João 4:23). Pense bem, Deus quer encon­trar-se comigo! Minha hora silenciosa é meu encontro a sós com Deus.

 

3.    Decida-se a manter sua hora silenciosa

Perseverar em manter um período de meditação exige de­terminação e disciplina. Procure evitar toda e qualquer inter­rupção. Não permita que o telefone lhe roube o seu tempo com Deus. Arranje seus compromissos de maneira que possa ficar a sós, completamente a sós com Deus, durante um período deter­minado de tempo todos os dias.

"Mas você não imagina o que tenho para fazer" diz você.

"Não sabe como sou ocupado!"

Se você é ocupado demais para arranjar uma hora silen­ciosa, então está excessivamente ocupado. Descobri que temos tempo para tudo que realmente achamos importante. Sempre fazemos aquilo que na verdade queremos fazer.

O que é importante para você? Se quer parecer atraente, você fica o tempo necessário diante do espelho. Se gosta de ler, provavelmente passa várias horas por dia lendo um livro. O trabalho secular e até mesmo o trabalho da igreja ocupam o nosso tempo, pois estamos convencidos de sua importância.

Mas, e que dizer da nossa comunhão com Deus? Se não separarmos algum tempo para isso todos os dias, não é por sermos realmente muito ocupados, mas porque não achamos que é suficientemente importante.

Foi dito que John Wesley pregou mais de 44.000 sermões durante sua vida. Ele viajou a cavalo quase 500.000 quilôme­tros, escreveu livros de gramática e teologia em quatro línguas, mas sempre teve tempo para a sua hora silenciosa. Enquanto ainda criança, Wesley decidiu dedicar uma hora todas as ma­nhãs e todas as noites ao estudo bíblico e oração. E ele man­teve sua promessa durante a vida inteira.

Manter um período silencioso diariamente é na verdade colocar as primeiras coisas em primeiro lugar. Dorothy Haskins conta a história de uma famosa concertista a quem foi pergun­tado qual o segredo de sua maestria com o violino. "Negligên­cia planejada", respondeu ela e explicou: "Havia muitas coisas que exigiam meu tempo. Quando eu ia para o quarto depois do café, eu arrumava a cama, tirava o pó e fazia tudo que julgava necessário. Quando terminava o trabalho, começava a praticar violino. Porém esse sistema falhou, não permitindo que eu me aperfeiçoasse suficientemente no violino, inverti então as coisas. Planejei deliberadamente negligenciar tudo o mais até que meu período de prática terminasse. E esse pro­grama de negligência planejada é o segredo de meu sucesso 2."

Talvez você tenha de negligenciar algumas coisas a fim de manter sua hora silenciosa com Deus. Devemos fazer tempo para comungar com nosso Pai celestial. Nós nos organizamos para tudo, por que então não nos organizarmos para um mo­mento de tranqüilidade com Ele?

"A oração é a chave da manhã e o cadeado da noite", comentou Matthew Henry.

É preciso disciplina para uma hora silenciosa, fiel, pro­veitosa.

 

PONTOS PRÁTICOS PARA O ESTABELECIMENTO DE UMA HORA SILENCIOSA

 

1.     Regularidade

Os cristãos da cidade de Beréia examinavam "as Escritu­ras todos os dias para ver se as cousas eram de fato assim" (Atos 17:11).

 

_________________

2.   HASKINS, Dorothy, A Practical Guide to Prayer (Guia Prático de Oração), Chicago, Moody, 1951, p. 32.

 

Procure encontrar-se com o Senhor na mesma hora e lugar todos os dias. Uma hora e lugar definidos irão ajudar muito para alcançar regularidade.

Não tente fazer mais do que pode nos primeiros dias. Tentar demasiado no início, pode levar ao desânimo e ao fra­casso. É também melhor começar com quinze minutos diários do que com algumas horas uma vez por semana. Decida-se a fazer apenas aquilo que realmente sente que pode fazer cada dia.

 

2.     Tranqüilidade

"Na tranqüilidade e na confiança (está) a vossa força" (Isaías 30:15).

Faça da sua hora silenciosa um período de calma. "Aquie-tai-vos e sabei que sou Deus" (Salmo 46:10). Um antigo regu­lamento naval diz o seguinte: quando os navios reajustam a sua bússola, eles ancoram em um lugar calmo. Veja onde pode encontrar um lugar calmo. Se não puder achá-lo, terá de fechar a mente para todas as possíveis distrações ao seu redor.

Mais importante do que um lugar calmo é um espírito tran­qüilo. Mantenha-se receptivo para tudo o que Deus pode dar-lhe. William Runyan expressou muito bem essa idéia:

 

"Senhor, fechei a porta, fale-me agora,

Pois no tumulto não podia ouvir-te;

Aquietado agora o meu coração, sussurra a Tua vontade,

Enquanto me isolei, enquanto tudo está em silêncio3."

 

3.     Sistema

"Receberam a palavra com toda avidez" (Atos 17:11).

A hora escolhida para seu período de silêncio fica a seu critério. O grande missionário Hudson Taylor costumava dizer:

 

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3. RUNYAN, William M., Lord, I Have Shut The Door (Senhor, Fe­chei a Porta), Hope Publishing Co. (Usado por permissão.)

 

"Escolha para comungar com Deus a melhor hora do seu dia". Alguns indivíduos acordam depressa e outros devagar. Alguns são galos e outros, corujas.

O mais importante é a consistência. Para mim, a melhor hora para estar com Deus é a parte da manhã. O salmista escre­veu: "De manhã, Senhor, ouves a minha voz; de manhã te apresento a minha oração e fico esperando" (Salmo 5:3). O Se­nhor nos disse: "Eu amo os que me amam; os que me procu­ram me acham"  (Provérbios 8:17).

Se você é como a maioria das pessoas, provavelmente sente-se mais disposto de manhã do que à noite. Mas para poder encontrar-se com Deus regularmente pela manhã, é preciso que se deite a uma hora razoável. É possível que tenha de estabe­lecer uma ordem para as suas prioridades. Quem sabe precisa deixar de lado mais cedo esse livro ou revista, ou desligar a TV ou o rádio.

A consistência exige fidelidade. O apóstolo Paulo escre­veu: "O que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel" (1 Coríntios 4:2). Cada um de nós é um despenseiro. Temos vinte e quatro horas por dia para usar como desejarmos. Como você está ocupando o seu tempo?

Quando a pessoa recebe Jesus Cristo como Salvador, tor­na-se membro da família de Deus. Deus se torna nosso Pai celestial e nós nos tornamos seus filhos. Todo bom pai deseja passar tempo com seus filhos. É assim que podemos conhecer-nos uns aos outros.

Quero sugerir que a hora silenciosa comece com uma oração, pedindo a bênção de Deus sobre esse período juntos. A oração é a chave que abre os tesouros da Palavra de Deus.

O período de oração deve incluir louvor e agradecimento por tudo o que Deus está fazendo e fará. Ore pelos seus entes queridos. Ore pelas outras pessoas e por si mesmo. Orar é um esplêndido privilégio.

Depois de orar, você desejará ler a Palavra de Deus. A mensagem especial que Ele tem  para você. Arranje  uma Bíblia com tipos graúdos, fáceis de ler. O tipo pequeno poderá desencorajá-lo.

A fórmula do Senhor para o sucesso de Josué foi esta: "Não cesses de falar deste livro da lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo a tudo quanto nele está escrito; então farás prosperar o teu caminho e serás bem sucedido" (Josué 1:8).

Meditar é pensar com calma e profundamente sobre a gran­diosidade e a bondade de Deus. Note as promessas de Deus. Procure princípios de orientação para a sua vida diária. Memo­rize um versículo significativo. Não se apresse. Com regulari­dade, calma, sistema, medite sobre a palavra Escrita e a Pala­vra viva.

 

4.     Descanso

"Eu te darei descanso" (Êxodo 33:14).

O descanso espiritual é um dom de Deus. Todavia, é da máxima importância que tenhamos repouso físico. É difícil para o corpo deitar tarde e levantar cedo. Dormir tarde pode ser prejudicial para a hora silenciosa.

 

5.     Esperança

"Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós" (Efésios 3:20).

Lembre-se de que para ter uma hora silenciosa bem-sucedida, você deve esperar que Deus faça algo a seu favor a cada dia. Ore esperando que Ele responda às suas orações. Peça-lhe para abrir a sua mente e o seu coração para a plenitude do Se­nhor. Leia a Sua Palavra, esperando que Ele fale a você, a fim de satisfazer uma necessidade específica em sua vida.

Você está precisando de poder? Sente como se alguma coisa estivesse faltando em sua experiência cristã? Por que então não decide em seu coração que terá de hoje em diante uma hora silenciosa?

 

"Senhor, fechei a porta, eis-me aqui prostrado;

Fala, pois minha atenção se volta para Ti.

Censura tudo que é vão, guia minh'alma,

Tua vontade revela, minha vontade domina.

 

Senhor, fechei a porta, fortalece meu coração;

Além está a tarefa, quero partilhá-la.

Somente pela Tua graça posso ser fiel,

Aqui, sozinho conTigo, minha força renova"

 

William M. Runyan

 

 

LEMBRETES

A hora silenciosa não é apenas uma idéia sugestiva; ela é absolutamente necessária ao crescimento espiritual.

"Ser cristão sem orar é tão impossível quanto viver sem respirar." Martinho Lutero

Se não acharmos tempo para uma hora silenciosa todos os dias, não é pelo fato de sermos realmente muito ocupados, mas porque não achamos que isso é suficientemente importante.

Um antigo regulamento naval afirma: quando os navios reajustam a sua bússola, eles ancoram em um lugar calmo.

Dormir tarde pode ser prejudicial para a hora silenciosa. PERGUNTAS

1.      O que é hora silenciosa?

2.      Segundo Marcos 1:35, qual o exemplo de Jesus na ho­ra silenciosa?

3.      Como você relaciona Jeremias 15:16 a uma hora silen­ciosa?

4.      Que parte desempenha a disciplina no desenvolvimento da hora silenciosa?

5.      Cite alguns pontos práticos para a obtenção de uma hora silenciosa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 8

 

AS TRÊS DIVISÕES DA HUMANIDADE

 

"Ora, o homem natural não aceita as cousas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as cousas, mas ele mesmo não é julgado por nin­guém" (1 Coríntios 2:14-15).

O homem natural não conhece a Deus. O homem carnal não partilha do amor divino pelo mundo necessitado. Somente o homem espiritual é motivado e dirigido pelo amor constran­gedor de Cristo.

 

*  *  *

 

Nosso mundo é dividido pela riqueza, educação, raça, idade e até mesmo pela geografia. Algumas dessas divisões são naturais e positivas. Outras são artificiais e negativas.

A Bíblia divide a humanidade em três grupos. Essas divi­sões não são feitas de conformidade com as nossas posses ou a cor de nossa pele. Na verdade, o apóstolo Paulo nos fala que em Cristo "não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher" (Gaiatas 3.28).

A divisão da humanidade feita por Deus está baseada intei­ramente na condição espiritual do coração humano! No Novo Testamento, no livro de 1 Coríntios, capítulos 2:14 a 3:4, Paulo estabelece as três grandes divisões da humanidade.

 

O HOMEM NATURAL

A primeira divisão descrita é a do homem natural. Em 1 Coríntios  2:14 lemos que "o homem  natural não aceita as cousas do Espírito de Deus; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente".

Quem é o homem natural? É aquele que nasceu apenas uma vez! Está fisicamente vivo, mas espiritualmente morto. É motivado primariamente pelos seus próprios desejos mate­riais. Não tem fé, não foi convertido e está perdido.

Certa vez um líder religioso de nome Nicodemos aproxi­mou-se de Jesus a fim de obter orientação espiritual. Jesus lhe disse: "quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus" (João 3:5); e Ele passou então a definir o homem natural. "O que é nascido da carne", disse Jesus, "é carne" (v. 6). O homem natural é carne. Jesus Cristo não faz parte de sua vida. O "eu" reina supremo. Jesus Cristo foi excluído.

O homem natural é egocêntrico. Ele basicamente funciona e busca satisfação nos cinco sentidos humanos.

Apesar de poder mostrar-se externamente amável, cortês e bondoso, é egoísta em seu íntimo e busca em primeiro lugar satisfazer seus desejos carnais. O seu espírito jamais foi tocado pelo Espírito Santo, e ele está separado de Deus.

Apesar de seus dons naturais e realizações materiais, o homem natural apresenta uma profunda carência em sua vida. Foi Pascal quem declarou: "Existe um vácuo na forma de Deus em cada coração" e somente Deus pode preenchê-lo. Henry Thoreau, o autor naturalista, também admitiu: "a massa humana vive em silencioso desespero!"

A primeira grande divisão da humanidade é o homem natu­ral. As coisas de Deus são estranhas e contrárias para ele. Paulo nos diz que ele não pode entender as coisas de Deus, não consegue harmonizar-se, não está equipado nem apto para me­dir a verdade divina. O homem natural está num comprimento de onda completamente diferente; ele opera em outro nível.

A Bíblia continua dizendo que o homem natural não entende as coisas de Deus. Por quê? Porque "lhe são loucura"

(1 Coríntios 2:14). A palavra loucura vem do adjetivo grego moros, que tem o significado de inerte, sem gosto, insípido. Em outras palavras, os assuntos espirituais são desagradáveis e até absurdos para o homem sem Jesus Cristo.

As coisas de Deus não só são loucura para o homem natu­ral, como também segundo as Escrituras, ele "não pode enten­dê-las" (1 Coríntios 2:14). Ele não só as desconhece, como também não pode entender as coisas de Deus porque "elas se discernem espiritualmente" (1 Coríntios 2:14).

Um jovem professor universitário disse-me certa vez: "Dr. Sweeting, tentei ler a Bíblia centenas de vezes. Não faz sentido. Fui criado em um lar excelente, tenho um irmão que é ministro; mas, por alguma razão, parece que não consigo compreendê-la".

Meu amigo, isto não é mistério. Paulo afirmou: "não pode entendê-las", pois o homem em seu estado não-convertido é governado pela sua natureza carnal.

 

O HOMEM CARNAL

A segunda grande divisão da humanidade inclui o homem carnal. O homem natural é aquele completamente alienado de Deus, enquanto o homem carnal é o cristão controlado pela carne. Ele experimentou a salvação de Deus, mas não está expe­rimentando a soberania de Deus. Nasceu tanto física como espi­ritualmente, Cristo está em sua vida, mas o "eu" se mantém supremo! O ego continua no lugar do motorista.

Em 1 Coríntios 3:1, Paulo fala aos cristãos de Corinto que foi forçado a falar-lhes "como a carnais, como a crianças em Cristo".

Naturalmente, não há nada errado em ser uma criança espiritual. É nesse ponto que todos começamos. Pedro, falando aos novos cristãos, escreve: "desejai ardentemente, como crian­ças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que por ele vos seja dado crescimento" (1 Pedro 2:2). Todos devemos começar nossa experiência cristã como crianças, como bebês recém-nascidos.

Mas a tragédia está em que algumas pessoas permanecem crianças na fé. É justo que a mãe se alarme quando o filho não se desenvolve normalmente. O fazendeiro fica arruinado se suas plantações não crescerem e produzirem. A primeira lei da vida é a expansão. Sem crescimento não pode haver vida!

Por que é importante que cresçamos como cristãos? Por­que esse é o plano de Deus para nós. Em Romanos 8:29 lemos: "Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho". Deus quer que nos assemelhemos a Cristo. Infeliz e desgraçado é o cristão que resiste ao plano divino para o seu desenvol­vimento.

Vamos examinar por um momento as características do homem carnal. Como uma criança, ele é facilmente ofendido e magoado. A criança chora à menor provocação. Qualquer atividade fora do comum pode perturbá-la. O cristão carnal enxerga pouco. Da mesma forma que à criancinha, falta-lhe bom senso e maturidade. Assim como essas características são normais na criança, elas o são também para o novo cristão. Somente quando o cristão deixa de crescer é que a carnalidade se faz presente. Muitos cristãos, porém, permanecem espiritual­mente infantis por toda a vida. Seu crescimento foi suspenso e impedido.

A inveja, as contendas e as divisões são características do homem carnal. Em 1 Coríntios 3:3, Paulo declara: "Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?" As crianças brigam cons­tantemente. São impacientes e falta-lhes autocontrole. Muitas vezes são incapazes de conviver juntas.

Foram os cristãos carnais que causaram muitos dos pro­blemas na Igreja do Novo Testamento. Grande parte do tem­po de Paulo e muitas de suas cartas foram dedicadas a escla­recer às Confusões e contendas criadas pelos crentes carnais. Por quê1? Porque apesar de Jesus Cristo estar em sua vida, Ele não tinha a supremacia. Os cristãos estavam mais preocupados com as coisas materiais do que com as espirituais. Não conhe­ciam a centralização e suficiência de Cristo.

Meu amigo, onde você se encontra hoje? Está crescendo? Sua vida espiritual produz ou não fruto? Você é um cristão carnal — salvo, todavia, como que através do fogo? O homem carnal é a segunda divisão da humanidade, convertido, mas controlado pelo ego.

 

O HOMEM ESPIRITUAL

Em 1 Coríntios 2:15-16, Paulo fala da terceira grande divi­são da humanidade. Ele apresenta aqui uma ilustração do ho­mem espiritual. "Porém o homem espiritual", diz Paulo, "julga todas as cousas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois, quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo".

Quem é o homem espiritual? Paulo não está falando dos crentes em geral. O homem espiritual é com certeza um crente; mas, mais do que isso, é aquele cuja vida é controlada pelo Espírito Santo de Deus. Jesus Cristo não está apenas em sua vida, mas tem o controle dela! Ele experimentou o segundo nascimento, e Jesus Cristo é Senhor. Jesus Cristo reina e go­verna.

O apóstolo Paulo era um homem espiritual. Ele escreveu aos crentes da Galácia: "Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus" (Ga­iatas 2:20).

O homem espiritual é aquele que se rendeu completamente a Jesus Cristo, que reina supremo em sua vida. Em contraste com a imaturidade do homem carnal, o homem espiritual cres­ce nas coisas de Deus e produz fruto.

O homem espiritual é aquele que já experimentou o amor de Deus e que, por sua vez, deseja partilhar esse amor com outras pessoas.

O homem natural não conhece a Deus. O homem carnal não partilha o amor de Deus com o mundo necessitado. So­mente o homem espiritual é motivado e dirigido pelo amor constrangedor de Cristo.

De conformidade com 1 Coríntios 2:15, vemos que o ho­mem espiritual possui discernimento. Ele tem capacidade para tomar as decisões certas, podendo compreender perfeitamente as Escrituras e viver segundo a perfeita vontade de Deus.

"Porém o homem espiritual", diz Paulo, "julga (ou discer­ne) todas as cousas, mas ele mesmo não é julgado por nin­guém" (1 Coríntios 2:15).

Finalmente, o homem espiritual é aquele que apresenta a mente de Cristo. Paulo deu instruções aos cristãos de Filipos: "Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus" (Filipenses 2:5). O homem espiritual é caracte­rizado pela mente de Cristo, um espírito de serviço e submissão. Ele se assemelha em sentimentos Àquele que "a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma . de servo... e, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz" (2:7-8).

Existe em certa cidade italiana a estátua de uma jovem grega de rosto lindíssimo, figura graciosa e expressão nobre. Uma pobre moça do campo avistou certo dia a estátua e depois de contemplá-la por algum tempo, dirigiu-se a seguir para casa, onde lavou o rosto e penteou os cabelos. No dia seguinte obser­vou de novo a estátua e, desta vez, voltando para casa remendou a roupa rasgada. Dia a dia a jovem foi se modificando, seu corpo se fez mais gracioso e seu rosto tomou uma expressão mais refinada, até que, finalmente, veio a parecer-se bastante com a famosa estátua. Ela transformou sua aparência!

Da mesma forma, o homem espiritual deve a cada dia buscar conformar-se com a perfeita imagem de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Você se parece mais com Cristo hoje do que há um mês atrás?

São três as divisões da humanidade: natural, carnal e espi­ritual. Em que categoria você se encontra, meu amigo?

Se é ainda um homem natural, pode ganhar espirituali­dade reconhecendo o seu pecado e recebendo a Jesus Cristo como seu Salvador pessoal.

Talvez você seja um homem carnal, mas também pode tornar-se um cristão espiritual neste mesmo instante, rendendo sua vida inteiramente a Cristo, e reconhecendo-se egocêntrico, você deve dar a Jesus Cristo o primeiro lugar.

Como? A Bíblia diz: "Se confessarmos nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1:9).

 

LEMBRETES

A divisão da humanidade feita por Deus está baseada intei­ramente na condição espiritual do coração humano!

"A massa humana vive em silencioso desespero."

Henry Thoreau

 

O homem natural é egocêntrico. Ele basicamente funciona de acordo com os cinco sentidos humanos e neles busca satis­fação.

O homem natural é aquele completamente alienado de Deus, enquanto o homem carnal é o cristão controlado pela carne.

O homem espiritual tem capacidade para tomar as decisões certas, podendo compreender perfeitamente as Escrituras e viver segundo a perfeita vontade de Deus.

 

PERGUNTAS

1.   Quem é o homem natural segundo 1 Coríntios 2:14?

2.   Por que as coisas de Deus não fazem sentido para o homem natural, conforme 1 Coríntios 2:14?

3.   Quem é o homem carnal?

4.   Cite três características do homem carnal de acordo com 1Coríntios 3:3.

5.   Quem é o homem espiritual?

6.   Dê duas qualidades do homem espiritual conforme 1 Co­ríntios 2:15.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 9

 

COMO ASSEGURAR A SALVAÇÃO

 

"Estas cousas vos escrevi a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus" (1 João 5:13).

Todo crente, mesmo o mais novo na família da fé, tem o direito de sentir-se absolutamente seguro de que a vida eterna lhe pertence no presente. Olhar para dentro de si mesmo é estremecer. Olhar para a obra consumada do Calvário é triunfar.

 

Larry Mc Guill

 

* * *

 

"Posso estar realmente certo da salvação?"

Essa pergunta foi feita recentemente por um jovem tomado pela dúvida. Ele tinha perdido toda paz interior que possui, e estava então buscando ansioso uma palavra de esperança.

A Bíblia nos diz que podemos saber, sem a menor som­bra de dúvida, que somos filhos de Deus. A segurança da salva­ção pode ser sua já nesta vida.

É chocante verificar quantas pessoas sofrem do mal a que damos o nome de dúvida. A incerteza vem roubando de milha­res de pessoas a alegria da salvação.

Indivíduos que lêem a Bíblia, oram com sinceridade, fre­qüentam fielmente a igreja, e agem com honestidade em todos os seus contatos com outras pessoas, podem, mesmo assim, continuar incertos quanto à realidade do perdão e se sentir frus­trados, deixando de viver vitoriosamente.

É possível ter a certeza da salvação? O que a Bíblia tem a dizer sobre isso? Em 2 Coríntios 13:5, Paulo escreve: "Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé". Em 2 Pedro 1:10 lemos: "Procurai com diligência cada vez maior, confir­mar a vossa vocação e eleição". A segurança da salvação é um dos maravilhosos dons de Deus. Todo crente deveria saber que possui a salvação.

A segurança não só é coisa possível como necessária, pois é essa realidade que traz poder e propósito à nossa vida. A se­gurança representa para o cristão uma fortaleza contra as cila­das do demônio. Uma salvação incerta é triste de se ver, repe­lindo as pessoas em lugar de atraí-las. A segurança acrescenta zelo e vitalidade ao serviço cristão.

Não viva em dúvida: avance com firmeza a fim de gozar das grandes coisas de Deus. A segurança não é necessária para a salvação, mas sim para que possamos ter vidas triunfantes.

Qual o verdadeiro significado da palavra segurança! Segu­rança para o cristão é a confiança inabalável na salvação con­sumada que resulta de uma fé consciente. Este conhecimento não é apenas o privilégio, mas o dever de todo cristão.

 

CONHECIMENTO ATRAVÉS DA PALAVRA DE DEUS

"Como posso ter essa segurança?", pergunta você. Deve­mos começar com a Bíblia. A segurança da salvação é baseada na aceitação da Bíblia como a Palavra infalível de Deus. À me­dida que aplicamos as promessas da Bíblia à nossa vida, a dúvida se afasta.

Uma ilustração bíblica desta verdade nos é dada na vida de Abraão. Abraão recebeu uma promessa de Deus que era impossível de ser realizada do ponto de vista humano. Todavia, a Bíblia diz: "não duvidou da promessa de Deus, por incredu­lidade" (Romanos 4:20). Também ficamos sabendo que "Abraão. . . creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça" (Gaiatas 3:6). As promessas de Deus são tão seguras quanto o próprio Deus.

O apóstolo João conheceu as dificuldades da dúvida. Ele viu muitos procurando sem jamais encontrar; desejando, mas ainda aguardando; vendo, mas ainda ambicionando por causa da incerteza. "Estas cousas vos escrevi a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus" (1 João 5:13). O objetivo é: "saberdes que tendes a vida eterna". A palavra "saber" significa "reconhecer a qualidade de". O apóstolo João escreveu esses versículos para que pudéssemos reconhecer a qualidade de nossa posição em Cristo. Este não é um ponto de opinião, nem de inferência, mas uma revelação de Deus. A segurança se apóia na veraci­dade de Deus. Mostrar-se incrédulo é fazer Deus mentiroso.

Meu amigo, confie em Deus e o temor o deixará, sua cons­ciência irá tranqüilizar-se. Seu coração encontrará repouso.

Imagine um prisioneiro que recebe o perdão. Ele lê o documento oficial, mas fica tão surpreso que a notícia o con­funde. Suponhamos que você lhe pergunte: "Sente-se perdoa­do?" Ele replica: "Não, não me sinto. Foi tudo tão repentino!" Você insiste: "Se não se sente perdoado, como pode saber que o foi realmente?" "Ó," responde ele, enquanto indica o do­cumento, "esta é a minha garantia". A Bíblia é o documento que garante o perdão de Deus a todo crente.

 

INTERPRETAÇÕES ERRADAS MAIS COMUNS

Quase sempre surgem mal-entendidos que fazem alguns cristãos chegarem à conclusão de que a segurança da salvação é impossível. Um amigo recentemente comentou: "Não posso ter certeza de que sou do Senhor até o dia de minha morte. É presunção mostrar-se tão certo".

Eu lhe garanti que a segurança não inclui arrogância, mas um conhecimento humilde da aceitação presente por parte de Deus. Esta confiança se baseia na obra consumada de Cristo. Não se trata de autoconfiança, pois as Escrituras afirmam: "Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua mise­ricórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo" (Tito 3:5). Meu amigo, é presunção aceitar aquilo que Deus disse?

O carcereiro de Filipos exclamou: "Que devo fazer para que seja salvo?" (Atos 16:30). Paulo respondeu: "Crê no Se­nhor Jesus, e serás salvo, tu e tua casa" (v. 31). O carcereiro filipense creu e foi convertido. É presunçoso crer em Deus?

Você pergunta: "E se eu não for um dos eleitos?" Jesus disse: "Para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16). Isto inclui você! A salvação é oferecida a todos. A Bíblia diz que todos os homens são pecadores, e que se invocarmos o Senhor seremos salvos. Dwight L. Moody costumava dizer: "Os eleitos são os poucos que crêem; os não-eleitos são aqueles que não crêem". A segu­rança não é prerrogativa de uns poucos escolhidos, mas de todo o povo de Deus.

Outros pensam que precisam saber o dia e a hora de sua decisão. É maravilhoso saber isso, mas não é necessário. Uma amiga muito querida estava preocupada porque não sabia a hora exata de sua conversão. Estava certa de ter recebido Cristo como Salvador e Senhor, mas não sabia quando. Eu lhe garanti que a sua segurança da salvação era mais importante do que saber a data exata em que tinha sido salva. "Mas," diz você, "se não souber a data, como pode ter certeza?"

Permita que eu pergunte: "Como você sabe que está vivo fisicamente?" "Oh!" você responde, "Eu respiro, como, penso, tomo decisões."

O mesmo acontece espiritualmente; se você foi convertido, irá interessar-se pelos assuntos espirituais, irá aspirar a atmos­fera do céu pela oração, lera a Bíblia, e freqüentará assiduamente a igreja local em que Deus o colocou. No caso de sua vida em nada diferenciar-se daquela do não-convertido, então talvez você nunca tenha sido convertido.

Existem também aqueles que acreditam ser necessário atra­vessar o vale do terror e das lágrimas antes de terem certeza. As lágrimas que resultam do verdadeiro arrependimento são belas, mas simples lágrimas de remorso não têm valor, se apóia em fatos. A Bíblia afirma: "Antes de tudo vos entreguei o que também recebi; que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (1 Coríntios 15:3-4). Esses são fatos. Depois dos fatos vem a fé, e a seguir os sentimentos. Muitas pessoas carecem de segurança porque deixam de compreender um ponto muito importante: a fé traz segurança!

 

CONHECIMENTO ATRAVÉS DO TESTEMUNHO INTERIOR

A segurança da salvação é possível mediante o testemunho do Espírito Santo. Na sua conversão você se tornou habitação do Espírito Santo. Este hóspede celestial quer a absoluta sobe­rania em sua vida. Render-se ao Espírito Santo traz segurança definida. Grande número de pessoas por negligência ou falta de conhecimento, entristecem o Espírito Santo e sabem pouco ou nada do testemunho interior. O apóstolo Paulo nos ensinou: "Porque não recebestes o espírito de escravidão para viverdes outra vez atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito tes­tifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo" (Romanos 8:15-17). Quanta segu­rança encontramos aqui! Desde que Deus é nosso Pai e nós Seus filhos, clamamos: "Aba, Pai", ou, literalmente, "Meu Pai querido". Essa exclamação é proferida pelo Espírito Santo.

Quando a criança começa a falar, ela faz uso das consoan­tes e das vogais mais simples; e como só sabe pronunciar uma única sílaba, ela a repete constantemente. Por isso diz: "papai" e "mamãe". "Aba" é o termo aramaico para o nosso "papai". O temor servil é substituído pelo amor puro como o da criança e pelo espírito de adoção em lugar de cativeiro. Existe uma rela­ção de pai e filho, e estamos na família de Deus. Da mesma forma que a falta de confiança por parte do filho magoa os pais terrenos, a dúvida entristece o coração de Deus. A segurança se baseia primariamente nas promessas da Palavra de Deus, e depois subjetivamente na experiência do crente. Existe perigo nesta questão de fazer da experiência de outros um modelo para os demais.

O testemunho do Espírito é quando o Espírito Santo que habita em nós testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. O Espírito Santo abre nossos olhos para os valores eternos, ilumina nossas mentes para discernirmos a verdade, enche nossos corações de amor divino, nos dá compaixão pelo próximo, intercede por nós quando não sabemos como orar, consola nas horas de tristeza, fortalece em meio às batalhas, ani­ma-nos no vale da derrota. Essas são algumas das obras do Espírito no crente. A Palavra de Deus diz: "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bon­dade, fidelidade, mansidão, domínio próprio (Gaiatas 5:22-23). Se o fruto do Espírito está em evidência, você pode estar certo da obra graciosa de Deus em sua vida.

Certo soldado estava morrendo no campo de batalha, quando o capelão lhe perguntou: "De que igreja você é?"

"Da Igreja do Senhor Jesus Cristo" respondeu ele.

"Quero saber é qual a sua convicção?"

"Minha convicção!", replicou o soldado ferido, olhando para o alto. "Estou convicto de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer ou­tra criatura poderá separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (Romanos 8:38-39).

Ao terminar uma conferência, eu estava cumprimentando as pessoas quando um senhor de aspecto distinto aproximou-se e me perguntou: "Posso falar-lhe alguns minutos sobre a minha salvação pessoal? Estou completamente confuso". Ele continuou dizendo que tinha aceito o Senhor como Salvador, mas tinha pouca paz interior e confiança cristã. "Ao ouvir sua mensagem decidi que tinha de resolver esse assunto."

Eu lhe respondi: "Faça primeiro um exame de sua vida pra ver se tudo está bem entre você e o Senhor. Os crentes carnais têm geralmente muitas dúvidas. Se o Espírito Santo tiver sido entristecido por causa de sua obstinação ou pecado, não poderá testemunhar eficazmente quanto à sua salvação, por não existir harmonia. O testemunho do Espírito Santo é muitas vezes anulado por esta razão. Segundo, depois de descobrir o erro, confesse-o abertamente ao Senhor. Terceiro, procure supe­rá-lo e faça obras que provem o seu arrependimento".

"É isso", interrompeu ele. "Tenho sido negligente; há pe­cado em minha vida, e preciso corrigi-lo".

Inclinamos a cabeça em um momento sagrado de silêncio, enquanto ele buscava o perdão gracioso de Deus. Era evidente que o Senhor estava conosco, pois quando nos levantamos o homem sofrerá uma transformação. Seu rosto, sua voz, toda a sua atitude irradiava uma abençoada segurança. O viver ne­gligente sempre cria dúvidas, mas o oposto é também verdade. A dúvida leva ao viver negligente.

Você deve estar lembrado da história de Moisés, quando subiu ao Monte Sinai para receber a Lei. Quando viram que ele não voltava, os israelitas se queixaram a Arão de sua ausência. Como Moisés não voltou, eles duvidaram. À duvida seguiram-se sugestões pecaminosas e logo os israelitas estavam dançando ao redor de um bezerro de ouro. A vida pecaminosa enfraquece o testemunho do Espírito Santo.

 

CONHECIMENTO PELAS OBRAS DE SUA VIDA

A segurança da salvação está baseada no fruto produzido pela nossa vida. Examinemos algumas provas bíblicas.

 

1.    Obediência

O primeiro teste é o da obediência. "Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus manda­mentos, é mentiroso e nele não está a verdade (1 João 2:3-4).

Você obedece à Palavra de Deus? Jesus disse: "Se me amais, guardareis os meus mandamentos" (João 14:15). "Por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos man­do?" (Lucas 6:46).

Você quer fazer as obras do Senhor? Você se alegra na Lei do Senhor? Você aplica a Palavra? A segurança constante depende da obediência prática à Palavra de Deus. A obe­diência é uni bom teste, pois Jesus disse: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem" (João 10:27). E novamente: "Aquele que. . . faz o que é justo lhe é aceitável" (Atos 10:35).

 

2.     Amor pelos irmãos

Você tem amor cristão? Amor pelo povo de Deus é evi­dência de salvação pessoal. "Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora está nas trevas" (1 João 2:9). "Porque a mensagem que ouvistes é esta, que nos amemos uns aos outros; não segundo Caim, que era do maligno e assassi­nou a seu irmão; e por que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão justas" (1 João 3:11-12). Muitas pessoas que se dizem cristãs não têm amor pelo próximo.

Você está seguindo Caim ou Cristo? A prova do amor é importante. Algumas vezes você talvez não tenha bem certeza de que ama ao Senhor. Posso perguntar-lhe: "Você ama sua mãe?"

"Claro", me responde.

"Bem", digo eu, "como sabe disso?"

"Pela minha afeição e pelas coisas que faço por ela", diz você. Então, você também pode saber se ama ao Senhor pelas coisas que faz por Ele. O homem natural está em conflito com Deus. "Todo aquele que ama é nascido de Deus" (1 João 4:7). Você ama aos demais cristãos? "Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte" (1 João 3:14). "Nisto conhe­cerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros" (João 13:35).

 

3.     Amor pela Palavra de Deus

Você ama a Palavra de Deus? Davi afirmou: "Os precei­tos do Senhor são retos, e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos. O temor do Senhor é límpido, e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e todos igualmente justos. São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos" (Salmo 19:8-10).

 

4.     Desejo de adorar

Você ama a casa de Deus? "Alegrei-me quando me disse­ram: Vamos à casa do Senhor" (Salmo 122:1).

 

5.     Fruto do Espírito

Você manifesta os frutos do Espírito? "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bon­dade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas cousas não há lei" (Gaiatas 5:22).

Depois do apóstolo Paulo ter encontrado a Cristo, sua vida foi uma prova de sua conversão. Amor é coisa difícil de escon­der. Quando um jovem ama, seus sentimentos são evidentes. O mesmo acontece no campo espiritual. Pergunte de novo a si mesmo: "Amo o Senhor? Amo Seu povo? Amo a Bíblia. Tenho prazer em orar? Gosto de estar na casa de Deus?" Suas respostas irão ajudá-lo a conhecer a sua posição.

Todos nós passamos por momentos de dúvida. Bunyan fala de "estar com as idéias muito confusas". Todavia, podemos ter agora a certeza da vida eterna, pois Jesus disse: "Quem crê, tem a vida eterna" ((João 6:47). Qualquer coisa que esteja em contradição com as palavras de Jesus é mentira. "Seja Deus verdadeiro, e mentiroso todo homem"  (Romanos 3:4).

Abraão, mesmo em face ao desconhecido, sentia-se perfeita­mente seguro. "Pela fé Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia. Pela fé peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador" (Hebreus 11:8-10).

Davi tinha plena segurança. "Eu, porém, na justiça con­templarei a tua face" (Salmo 17:15).

Daniel mantinha jubilosa confiança. "O povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e ativo" (Daniel 11:32).

Jó possuía abençoada segurança. "Porque eu sei que o meu Redentor vive" (Jó 19:25).

Paulo sentia imensa certeza. "Porque sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia" (2 Timóteo 1:12).

O apóstolo João estava seguro da sua salvação: "Estas cousas vos escrevi a fim de saberdes que tendes a vida eterna" (1 João 5.13).

Milhares de pessoas vieram a conhecer esta segurança aben­çoada.

Quando Sir Michael Faraday, conhecido cientista cristão, estava para morrer, alguns jornalistas lhe perguntaram sobre suas especulações a respeito da alma e da morte. "Especula­ções?" exclamou surpreso o moribundo. "Nada sei sobre espe­culações, estou apoiado em certezas. "Porque sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia" (2 Timóteo 1:12).

 

LEMBRETES

Segurança para o cristão é a confiança inabalável na sal­vação consumada que resulta de uma fé consciente.

A segurança se apóia na veracidade de Deus. Mostrar-se incrédulo é fazer Deus mentiroso.

Render-se ao Espírito Santo  traz segurança definida.

A vida pecaminosa enfraquece o testemunho do Espírito Santo.

A segurança constante depende da obediência prática à Palavra de Deus.

 

PERGUNTAS

1.   É possível estar seguro da salvação? Cite dois versículos das Escrituras que confirmem sua resposta.

2.   Qual o significado da palavra "segurança"?

3.   Podemos possuir segurança da salvação de conformidade com 1 João 5:13?

4.   Cite quatro erros de interpretação relativos à segurança da salvação.

5.   O que quer dizer testemunho do Espírito Santo?

6.   Existe uma relação entre a obediência e o testemunho do Espírito Santo?

7.   A segurança da salvação pode ser vista em pelo menos qua­tro áreas. Quais são elas?

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 10

 

O MUNDO E VOCÊ

 

"Não ameis o mundo nem as cousas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele" (1 João 2:15).

 

*  *  *

 

O Espírito Santo passa a habitar em você desde o mo­mento de sua conversão. Sua presença lhe assegura um Guia vivo. Ele irá ajudá-lo na avaliação de sua vida.

Um dos artigos favoritos da revista "Seleções", desde quase o seu início, tem sido o que fala sobre o "Meu Tipo Inesque­cível".

Algumas vezes pessoas bastante conhecidas têm sido men­cionadas; mas, com mais freqüência, esses artigos têm destacado homens e mulheres pouco conhecidos. Pessoas cujas vidas tive­ram algum significado especial por causa de seu caráter, de sua personalidade, ou daquilo que representavam para outros.

O verdadeiro cristão é um tipo inesquecível que, dia após dia, se torna mais semelhante à pessoa mais inesquecível que o mundo já conheceu. Naturalmente que estou falando de Jesus Cristo.

Viver como cristão não é observar uma certa lista de "pode" ou outra ainda mais longa de "não pode". A vida cris­tã é uma lealdade positiva a Jesus Cristo. É tornar-se tão envol­vido com Ele que os valores e padrões do mundo que nos cerca percam sua influência.

Se você nasceu de novo, se confiou em Jesus Cristo como seu Salvador pessoal, experimentou então uma transformação maravilhosa. É uma nova criatura, com uma natureza comple­tamente nova. Pertence a um tipo novo e diferente de família.

Como resultado, você possui agora uma concepção inteira­mente mudada. O seu é agora um novo destino. Toda a sua atitude se modificou.

Durante a Idade Média, os Separatistas acreditavam que era impossível ter uma vida santa a não ser que se isolassem do mundo que os cercava. A solução que encontraram foi cons­truir cidades muradas que os isolassem da sociedade que tenta­vam deixar.

Com o passar dos anos, porém, os mesmos males da civi­lização voltavam a produzir-se entre eles e um novo começo se tornava necessário.

Escapar do mundo é realmente impossível. Nem devemos desejar isso. Deus nos quer no mundo com um propósito santo — sermos testemunhas de Jesus Cristo.

Esta é a nossa única justificativa para viver nesta terra. E não podemos ser aquilo que Deus propositou, a não ser que permitamos que Ele nos mantenha diferentes.

 

 

QUE É SEPARAÇÃO?

A Bíblia fala de separação. Por exemplo, o apóstolo Paulo deu claras instruções aos cristãos de Corinto para que não se envolvessem com o mundo ao seu redor. "Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos", escreveu ele em 2 Coríntios 6:14.

A cidade de Corinto era pecaminosa, da mesma forma como o é o nosso mundo de hoje. O próprio termo coríntios veio a tornar-se sinônimo de conduta lasciva. Até mesmo a adoração religiosa incluía práticas imorais.

Cheio de preocupação paternal, o apóstolo escreveu: "Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor" (2

Coríntios 6:17). Estamos no mundo, mas certamente não somos do mundo.

Quando o apóstolo nos diz para não ficarmos sob o mes­mo jugo dos incrédulos, ele está se referindo a passagens como Deuteronômio 22:9-11. Encontramos aqui o mandamento: "Não semearás a tua vinha com duas espécies de semente, para que não degenere o fruto da semente que semeaste e a messe da vinha. Não lavraras com junta de boi e jumento. Não te vestiras de estofos de lã e linho juntamente".

O princípio aplicado neste ponto é simplesmente este: o que Deus juntou não devemos separar, e o que Ele separou não devemos juntar.

Por que. a Bíblia proíbe o jugo desigual? Por ser inconve­niente e injusto. O boi e o asno eram diferentes em tamanho, temperamento e força. O boi era considerado limpo; d asno, impuro. O jugo desigual teria provocado desconforto e dor em ambos. Colocá-los em uma mesma junta seria obter uma pare-lha mal combinada.

O grande estudioso grego, A. T. Robertson, traduz a pas­sagem sobre o jugo desigual desta forma: "Não se sujeite ao mesmo jugo dos não-convertidos". J. Henry Jowett afirmou: "O mundanismo é um estado de espírito, uma disposição men­tal, e uma atitude da alma. É uma vida com apelos elevados, despida de ideais superiores. Um olhar sempre horizontal e nunca vertical".

O apóstolo Paulo chega ao fundo da questão em Romanos 6:11: "Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus".

Esta é a resposta para a vitória cristã: Morra para o mundo e viva para Deus. Enquanto não fizer isto, sua vida cristã será difícil e contraditória.

 

MANDAMENTOS DEFINIDOS PARA A  SEPARAÇÃO

Mas, o que o cristão deve ou não deve fazer? A Palavra de Deus inclui muitos mandamentos definidos. Certas coisas são sempre corretas para os cristãos, enquanto outras são sempre incorretas.

É sempre certo ser motivado pelo amor a Deus e a um mundo necessitado, mas é sempre errado mentir, enganar, ou ser dirigido por motivos maus.

Entre os claros mandamentos relativos ao bem e ao mal, existe uma zona neutra definida que às vezes apresenta pro­blemas.

A Bíblia não diz "pode" ou "não pode" com respeito a certas questões. Nestes casos precisamos do Espírito Santo para aplicar os princípios bíblicos.

No momento da conversão o Espírito Santo passa a habi­tar em você. A sua presença lhe assegura um Guia vivo. Ele irá ajudá-lo a avaliar a sua vida de acordo com a vontade de Deus. Lembre-se sempre, porém, que nossa natureza tem pro­pensão para a falsidade. No caso de dúvida, é necessário pedir auxílio.

Eu tenho orado com freqüência: "Senhor Deus, não passo de uma criança. Ajuda-me a pensar corretamente. Revela-me a Tua vontade. Livra-me do mal, até mesmo da aparência do mal. Ensina-me a viver de tal maneira que meu comportamento possa glorificar-Te". Precisamos da ajuda do Espírito Santo e temos necessidade de orar. Mas, quero também dar-lhe algu­mas sugestões específicas.

 

ORIENTAÇÃO BÍBLICA PARA A SEPARAÇÃO

 

1.     Tenha em mente o princípio de propriedade

Nós, que cremos em Jesus Cristo, nos tornamos filhos de Deus. Somos duplamente d'Ele, na verdade, pois Ele é nosso Criador e também nosso Redentor. Ele nos criou e a seguir nos comprou. Paulo pergunta em 1 Coríntios 6:19: "Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?"

Ele passa então a explicar: "Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo". Não per­tencemos a nós mesmos. Deus nos criou e remiu. Lembre-se sempre da orientação sobre o direito de propriedade.

 

2.     Nossa conduta como cristãos deve ser governada pela cons­ciência de nossa responsabilidade pelo próximo

Devemos perguntar a nós mesmos: "Como minha conduta afetará aos que me cercam? Minha influência é positiva ou negativa?" Não se esqueça que o mundo sabe que o cristão é diferente. Foi baseado neste princípio que Paulo escreveu em 1 Coríntios 8:13: "E por isso, se a comida serve de escândalo a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que não venha a escandalizá-lo". O grande apóstolo estava decidido a ser um bom exemplo para os demais.

A carne oferecida aos ídolos era provavelmente a mais fina que o dinheiro poderia comprar. Depois de feita a sua oferta, ela podia ser comprada a baixo preço no mercado livre. Mas, se o fato de comer dessa carne ofendia a outros, Paulo se recusaria a fazer isso. Devemos, pois, perguntar: "Como mi­nha conduta afetará outras pessoas?"

 

3.     Tenha em mente o efeito que suas decisões terão sobre a sua própria pessoa

Este ponto tem como enfoque sua utilidade para Deus. Devemos perguntar-nos: "Meu envolvimento irá tornar-me mais útil para Deus, ou menos útil? Posso pedir-Lhe que abençoe minha conduta?"

A aplicação deste princípio feita por Paulo pode ser vista em 1 Coríntios 9:27, onde ele diz: "Mas esmurro o meu corpo, e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado". Jamais ignore a orienta­ção sobre o "eu". Qual o efeito que o meu envolvimento terá sobre a minha eficácia no serviço de Deus?

 

4.     Tudo o que fizermos deverá ser sempre para a glória de Deus

Este é o teste principal. Pergunte sempre: "Posso fazer isto para a glória de Deus?" Ou, "O que Jesus Cristo gostaria que eu fizesse?"

O grande apóstolo resume este princípio em 1 Coríntios 10:31: "Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra cousa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus". A glória de Deus deve ser nosso alvo supremo.

A Bíblia ajuda muito no discernimento da vontade de Deus nos pontos duvidosos. 1 Tessalonicenses 5:22 estabelece uma orientação básica: "Abstende-vos de toda forma de mal".

Uma outra é encontrada em Romanos 12:2: "E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renova­ção da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus". Devemos nos transfor­mar e não nos conformar.

A vontade de Deus é também mencionada em Gaiatas 1:4, que fala de Cristo "o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai".

Efésios 6:12 descreve nossa oposição: "porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e, sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tene­broso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes".

Tiago nos adverte em sua carta: "Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus?" E, a seguir, acrescenta: "Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4:4).

O apóstolo João, com seu modo manso, apresenta uma advertência semelhante em 1 João 2:15: "Não ameis o mundo nem as cousas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele".

A pessoa que se entrega por completo a Jesus Cristo não terá sérios problemas com o mundanismo. Possa Deus ajudar você a decidir-se a viver vitoriosamente para Cristo neste mundo.

Paulo escreveu em Gaiatas 2:20: "Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim". Em análise final, esta experiência continuada de permitir que Cristo viva em nós e através de nós é a maneira de viver como um verdadeiro cristão.

 

LEMBRETES                                                                                          <

Escapar do mundo é realmente impossível. Nem devemos desejar isso. Deus nos quer no mundo com um propósito santo: sermos testemunhas de Jesus Cristo.

A vida cristã é uma lealdade positiva a Jesus Cristo. É tor­nar-se tão envolvido com Ele que os valores e padrões do mundo que nos cerca percam sua influência.

"O mundanismo é um estado de espírito, uma disposição mental, e uma atitude da alma. É uma vida sem apelos elevados, despida de ideais superiores. Um olhar sempre horizontal e nunca vertical."                                      

(John Henry Jowett)

 

Não se esqueça que o mundo sabe que o cristão é dife­rente.

A pessoa que se entrega por completo a Jesus Cristo não terá problemas sérios com o mundanismo.                                                 '

 

PERGUNTAS

1.   Quando Paulo nos diz em 2 Coríntios 6:14 para não nos colocarmos em jugo desigual com os incrédulos, a que pas­sagem do Velho Testamento ele se refere?

2.   Por que Deus proíbe o jugo desigual em Deuteronômio 22:10?

3.   Quando a Bíblia não diz claramente se podemos ou não fazer alguma coisa, como podemos saber o que é aceitável a Deus?

4.   Cite quatro orientações para a separação e os versículos bíblicos apropriados.

5.   Por que Paulo disciplinava seu corpo?

6.   Qual o teste principal?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 11

 

VOCÊ E A IGREJA

 

"Também vós, como pedras que vivem, sois edificados ca­sa espiritual" (1 Pedro 2:5).

"A Bíblia ignora a religião solitária." (John Wesley)

"É possível que os homens não leiam o evangelho enca­dernado em pele de foca, ou em marroquim, ou mesmo em tecido, mas não podem fugir do evangelho em sapatos de cou­ro". (Donald Gray Barnhouse)

"A freqüência à igreja é tão vital para um discípulo quan­to a transfusão de um sangue rico e saudável para o enfermo." (Dwight L. Moody)

 

* *

 

VOCÊ PRECISA DA IGREJA E A IGREJA PRECISA DE VOCÊ

A Bíblia diz que somos pedras vivas, unidas umas às ou­tras no edifício de Deus. Para alcançar êxito na vida cristã, to­do convertido, e na verdade todo cristão, precisa da comunhão da Igreja, uma instituição divina e permanente, a respeito da qual Jesus afirmou: "As portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mateus 16:18).

Alguém disse: "Apesar de a Igreja ter muitos críticos, ela não tem rivais".

E apesar da tormenta e tribulação que possa atravessar, ou mesmo que venha a ser negligenciada, a Igreja permanecerá. Ela sobreviverá a todo ataque que lhe for feito, pois é uma instituição de Deus.

 

POR QUE A IGREJA É IMPORTANTE?

A Igreja é importante por ser uma organização divina, ten­do Cristo como fundamento. E, meu amigo, ela nunca desapa­recerá. Jamais será destruída.

Jesus Cristo é o alicerce da Igreja. Em Efésios 1:22-23, aprendemos que Deus Pai exaltou a Cristo Jesus "e pôs todas as cousas debaixo dos seus pés e, para ser o cabeça sobre to­das as cousas, o deu à Igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as cousas".

O apóstolo Paulo, escrevendo à igreja de Corinto, salien­tou a importância deste fato: "Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cris­to" (1 Coríntios 3:11). Ele deu instruções aos crentes de Éfeso, ensinando que o relacionamento de amor adequado entre marido e mulher deve assemelhar-se ao que existe entre Cristo e sua Igreja.  (Veja Efésios 5:22-25).

Um dos problemas da Igreja é que ela é composta de pessoas como você e eu. A Igreja é uma instituição divina fun­dada por Jesus, mas é também uma instituição humana. Não é uma estufa que opera sob condições ideais em uma atmosfera controlada. É um grupo organizado de santos imperfeitos, ca­da um com suas falhas e deficiências.

Admitimos nossas faltas e queremos corrigir nossas im­perfeições. Mas de tudo o que nos foi dado por Deus, na terra ou no céu, organização alguma é mais significativa do que a Igreja.

 

O QUE É A IGREJA?

Estou certo de que ao ouvirem a palavra Igreja, muitos pensam imediatamente em um prédio de tijolos com uma tor­re alta e impressiva. Mas a Bíblia nunca fala da Igreja deste modo.

Na realidade, a palavra grega ekklesia, traduzida como igreja no Novo Testamento, refere-se a uma assembléia de cris­tãos ou ao Corpo de Cristo composto de todas as pessoas no mundo que receberam a Jesus Cristo como Salvador. Em 1 Coríntios 1:2 lemos: ". . .todos que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo". Isto se refere ao Corpo místico de Cristo, freqüentemente chamado de Noiva de Cris­to, ou Igreja universal. Todavia, esse mesmo versículo come­ça: "À igreja de Deus que está em Corinto", referindo-se cla­ramente à congregação local de crentes em Corinto.

A palavra ekklesia é composta de dois termos separados, a preposição ek, significando "fora de", e o verbo kaléo, que significa "chamar". A Igreja é um grupo de pessoas "chama­das para fora", um povo separado por Deus para Si mesmo.

Quando a palavra ekklesia ou igreja aparece no Novo Tes­tamento, ela geralmente se refere a um corpo de crentes agru­pado em um lugar definido; ou, um grupo organizado de pes­soas em uma comunidade local, que aceita as Escrituras como base de fé e comportamento.

P.T. Forsythe referiu-se à igreja local como se fosse o "fruto da Igreja universal". A importância da igreja local é imen­sa, sendo ela usada por Deus para realizar a sua obra aqui na terra.

Um amigo me disse certo dia: "Não pertenço a uma igre­ja específica, pois não vejo tal mandamento na Bíblia". Mas, se esse amigo tivesse realmente estudado a Bíblia, teria com­preendido que a assembléia local é grandemente enfatizada atra­vés de todo o Novo Testamento. O livro de Atos infere que no Dia de Pentecostes três mil novos crentes foram acrescenta­dos à igreja em Jerusalém. Mais tarde, no livro de Atos, lemos que a igreja local de Antioquia ordenou Paulo e Barnabé e os enviou em viagem»missionária.

O apóstolo João recebeu sete mensagens do próprio Se­nhor, dirigidas às sete igrejas locais. Paulo e seus companhei­ros passaram muitos anos trabalhando para estabelecer e for­talecer assembléias locais. Nove das treze epístolas que ele escreveu sob a orientação do Espírito Santo foram endereçadas a igrejas locais.

Em nossos dias, e em algumas denominações evangélicas, é a igreja local que escolhe missionários e os sustenta. É a igre­ja local que mantém escolas dominicais, que ajuda os pobres, que realiza cultos de adoração, edificação e evangelismo. É a igreja local que serve como instrumento humano para realizar o trabalho de Deus aqui na terra. E justamente porque o traba­lho de Deus deve continuar e continuará é que existe um futu­ro para a Igreja de Jesus Cristo.

 

A IGREJA APOSTÓLICA

O capítulo 2 do Livro de Atos relata vividamente a his­tória dessa primeira igreja em Jerusalém, dando uma clara ilus­tração de como o Espírito Santo foi derramado. Em Atos 2:41 lemos: "Então os que lhe aceitaram a palavra foram batizados; havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas".

Aqueles primeiros crentes receberam a Palavra de Deus. Concordaram com a acusação bíblica de culpa e pecado, e tive­ram uma experiência com o Cristo vivo. Como resultado dessa experiência salvadora, tornaram-se parte do Corpo de Cristo, a Igreja.

Os cristãos, através dos séculos, descobriram ser-lhes ne­cessário ter comunhão uns com os outros. O escritor de He-breus fala disto quando declara: "Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns" (Hebreus 10:25). Martinho Lutero coloca a situação nestes termos: "Reunir-se com o povo de Deus em adoração comum ao Pai é tão necessário para a vida cristã quanto a oração".

Há algum tempo atrás eu sugeri a um crente de muitos anos de convertido que deveria procurar uma igreja onde ele e sua família pudessem tornar-se ativos. Mas ele me respon­deu: "Não acho necessário ser membro de uma igreja para ser cristão".

Tecnicamente, meu amigo estava certo. A filiação a uma igreja tem pouco a ver com a salvação. Mas, pelo lado prático, estava errado. Disse-lhe então que uma pessoa poderia cruzar o oceano sem fazer uso de um avião ou de um navio, mas que eu não recomendaria uma aventura como essa. Lembrei tam­bém os tubarões que ela poderia encontrar. A igreja é com to­da a certeza o veículo de Deus para nos transportar através dos mares turbulentos de nossa jornada nesta terra. Caro amigo, é um erro colossal ignorar a Igreja!

Você, crente amigo, precisa da Igreja e ela precisa de você!

 

POR QUE SER MEMBRO DA IGREJA?

De tempos a tempos tenho tido de enfrentar as desculpas de pessoas que não querem envolver-se com uma igreja local. "Os membros da igreja têm tantas falhas", dizem alguns. "Há tantos hipócritas na igreja", afirmam outros. De minha parte estou certo de que isso é verdade. Jamais houve uma igreja perfeita, ou um cristão perfeito. Até mesmo as igrejas do pri­meiro século tinham os seus problemas. A verdade é que as pessoas com problemas precisam da Igreja da mesma forma que os doentes precisam do hospital.

Uma vez que a pessoa tenha recebido a Jesus Cristo co­mo Salvador pessoal, ela precisa ser edificada na fé. Precisa re­ceber instrução espiritual e partilhar com outros cristãos — a fim de ter oportunidade para a comunhão cristã. A Igreja, me­diante os seus ministérios, é um instrumento de treinamento e fornece uma atmosfera propícia ao crescimento espiritual.

Todo cristão precisa da Igreja e de seu povo nas horas di­fíceis. A comunhão de crentes forma uma unidade vital que inspira força e conforto. Quantos cristãos, vencidos pela triste­za, foram confortados por outros! Somente os que passaram por horas de tribulação podem dizer:

 

"Abençoado o elo que une  nossos corações em amor

[cristão,

A comunhão de mentes afins se assemelha àquela lá do

[alto."   (John Fawcett)

 

Paulo mostrou que apreciava a comunhão com outros cristãos. "Dou graças ao meu Deus por tudo o que recordo de vós. . . pela vossa cooperação no evangelho, desde o primeiro dia até agora" (Filipenses 1:3-5). Sim, você precisa da Igreja e ela de você.

Não basta freqüentar e contribuir. Você é necessário — seu exemplo santo, sua presença, suas orações, sua influência, tudo o que você é — existe necessidade disso. Os ímpios não escondem suas trevas, e nós não devemos ocultar a nossa luz. A Igreja precisa certamente de você.

 

QUAL É O MINISTÉRIO DA IGREJA?

A Igreja deve ajudar seus membros a crescer de toda for­ma possível. A Igreja é um berçário para os recém-nascidos, e um lugar de adoração, educação e treinamento para o crente amadurecido.

É interessante observar as características da primeira igre­ja como apresentada em Atos 2:41-47. Num prazo de setenta anos aqueles cristãos atravessaram montanhas e mares encapelados para abalar a cidade imperial de Roma com o evange­lho de Jesus Cristo. Atos 2 mostra que essa Igreja possuía:

1.   Membros salvos (v. 41)

2.   Membros fiéis (v. 42)

3.   Membros dispostos a sacrificar-se  (vs. 44-45).

4.   Membros serviçais (v. 46)

5.   Membros cheios do Espírito (v. 47)

A Igreja pós-apostólica era igualmente evangelística; mes­mo em face de cruel perseguição, a Igreja avançava para evangelizar. Desde que gozamos hoje da sucessão apostólica, seria bom também que pudéssemos experimentar o sucesso apostó­lico.

A Bíblia ensina claramente que o programa da Igreja é a evangelização do mundo. Cristo estabeleceu a Igreja a fim de alcançar o mundo perdido. A missão e ministério da Igreja es­tão resumidos no mandamento de Cristo: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco até a consumação do século" (Mateus 28:19-20).

Bilhões de pessoas estão incluídas nesta comissão. As mis­sões são a missão da Igreja. As últimas palavras de Jesus salien­taram o plano de ação para a Igreja: "Sereis minhas testemu­nhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra" (Atos 1:8). Eles deviam começar em sua própria casa. Pedro e João tinham testemunhado a morte e ressurreição de Cristo e, portanto, responderam: "Não pode­mos deixar de falar das cousas que vimos e ouvimos" (Atos 4:20).

A necessidade atual é maior do que nunca o foi antes. Nós também devemos partilhar o Evangelho, pois a ordem de Cristo continua sendo a nossa missão. Vamos proclamar o Evan­gelho em hora oportuna ou inoportuna, nas estradas e ata­lhos, em público e em particular, de janeiro a dezembro, a ca­da dia de cada semana, a cada semana de cada mês, a cada mês de cada ano, até que todo o trabalho seja feito. A promes­sa inquebrantável de Cristo é esta: "E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século" (Mateus 28:20).

 

LEMBRETES

Segundo a Palavra de Deus, a Igreja é uma instituição permanente, divina, que jamais será destruída (Mateus 16:18).

Um dos problemas da Igreja é o fato de ser composta de pessoas como você e eu. A Igreja é uma instituição divina fun­dada por Jesus, mas é também uma instituição humana. Não é uma estufa que opera sob condições ideais em uma atmosfera controlada. É um grupo organizado de santos imperfeitos, cada um com suas falhas e deficiências.

A Igreja é um grupo de pessoas chamadas para fora, um povo separado por Deus para si mesmo.

"A freqüência à igreja é tão vital para um discípulo quan­to a transfusão de um sangue rico e saudável para o enfermo." (D.L. Moody)

Jamais houve uma igreja perfeita ou um cristão perfeito.

As pessoas com problemas precisam da Igreja da mesma forma que os doentes precisam do hospital.

 

PERGUNTAS

1.      Por que a Igreja é importante, segundo Mateus 16:18 e Efésios 1:22?

2.      O que é a Igreja?

3.      Explique a diferença entre a Igreja local e a Igreja univer­sal, segundo 1 Coríntios 1:2.

4.      Cite algumas das razões pelas quais os cristãos devem fi­liar-se a um grupo local.

5.      Cite cinco características da Igreja apostólica como dadas em Atos 2:41-47.

6.      Apesar da Igreja existir para ajudar o crescimento cristão, qual é o seu programa em relação ao mundo?

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 12

 

VOCÊ E O DINHEIRO

 

"Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos. . . Senhor, nosso Deus, toda esta abundância, que preparamos pa­ra te edificar uma casa ao teu santo nome, vem da tua mão, e é toda tua" (1 Crônicas 29:14-16).

"O dinheiro revela onde estão os nossos interesses; ele pode dirigir nossas atitudes; e sempre nos expõe ao perigo de adorá-lo; representando também valor. O dinheiro não só fala, como 'grita'." (Leslie B. Flynn)

 

*  * *

 

É verdade que o "dinheiro fala"? Sim, até mesmo nos cír­culos cristãos!

Muitos cristãos evitam falar em dinheiro, mas Jesus não fez isso. Em dezessete de suas parábolas, Jesus falou dos bens e da responsabilidade do homem em usá-los com sabedoria.

Ninguém deve, no entanto, pensar que o ato de dar seja para o cristão uma simples obrigação, uma responsabilidade. Pelo contrário, trata-se de um glorioso privilégio. A contribui­ção não pode ser separada do Evangelho. O Evangelho, na verdade, significa dar. Essa idéia constitui o tema de João 3:16: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito".

Deus deu e nós devemos estar dispostos a dar. Este é o foco das palavras do apóstolo Paulo em 2 Coríntios. Para de­safiar e possivelmente para envergonhar os crentes de Corinto, ele conta como os cristãos da Macedonia em meio "de muita prova de tribulação" e "profunda pobreza" (2 Coríntios 8:2), tinham pedido para partilhar da ajuda aos cristãos necessitados em Jerusalém.

Anos antes, do lado asiático do Mar Egeu, Paulo tinha ti­do sua visão macedônica. O chamado fora: "Passa à Macedônia e ajuda-nos" (Atos 16:9).

Um segundo chamado estava sendo feito agora. Não, "ve­nha e nos ajude", mas "venha e leve nossa ajuda a outros".

Para os cristãos da Macedônia, a contribuição não era uma tarefa desagradável, mas um desafio; não era um fardo, mas uma bênção. Contribuir não constituía algo a ser evitado, mas um privilégio a ser buscado.

O perigo em relação aos macedônios não era que eles des­sem demasiadamente pouco, mas sim que o fizessem em ex­cesso.

O sofrimento geralmente resulta em egoísmo, pois freqüen­temente cuidamos com zelo especial de nós mesmos, esquecen­do os outros. Isso não acontecia com aqueles cristãos. Eles passaram por grandes provações e pobreza, mas este jugo du­plo não reduziu seu entusiasmo.

A maneira como contribuíram também foi notável. Lemos em 2 Coríntios 8:5: "E não somente fizeram como nós espe­rávamos, mas deram-se a si mesmos, primeiro ao Senhor, de­pois a nós, pela vontade de Deus".

Note a seqüência. O primeiro passo na contribuição cristã não é o dinheiro, mas a sua pessoa! Segue-se então a partilha do que é seu. O Mar Morto é morto porque continuamente re­cebe e jamais dá.

 

O DÍZIMO

Alguns, porém, podem perguntar: "Que dizer do dízimo?". O dízimo, segundo a Bíblia, é um décimo dos bens que pos­suímos. As pessoas freqüentemente ignoram o dízimo com o comentário casual: "Não estamos sob a lei, mas sob a graça".

Esta declaração é verdadeira, mas lembre-se de que o Evangelho da graça sempre vai além da Lei. A Lei declara: "Não matareis", mas o Evangelho diz: "Não odiareis" e até mais: "Deveis amar".

A Lei de Moisés exigia um sétimo do tempo do indivíduo e um décimo de sua renda para Deus. Esse era o mínimo. O dízimo é o início e não o alvo. Da mesma forma hoje, o dízimo é o ponto de partida e não o objetivo. O Evangelho da graça supera o dízimo.

Cada novo convertido quererá fazer sob a graça pelo me­nos o que era requerido sob a Lei. O Dr. Herschel Hobbs afir­mou: "Os nove décimos provam o amor do homem, enquanto o décimo testa a obediência legal do homem". Torne o seu di­nheiro imortal: "Ajuntai para vós mesmos tesouros no céu" (Mateus 6:20).

A contribuição deve ser também sistemática. 1 Coríntios 16:2 diz: "No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade". Logo no iní­cio de sua vida cristã adquira o hábito de contribuir regular­mente.

Além de contribuir sistematicamente, devemos fazê-lo com alegria. Tomar parte no plano de Deus é um grande privilégio. Paulo coloca isto em palavras em 2 Coríntios 9:7: "Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria".

Quando chegarmos ao fim da vida a pergunta será esta: "Quanto você deu?" e não "quanto você tem"?

Será, "quanto você sacrificou", e não "quanto poupou?" Devemos produzir em lugar de sermos parasitas, contribuir e não receber.

 

O EXEMPLO DE CRISTO

O motivo de toda contribuição cristã está esplendidamente resumido em 2 Coríntios 8:9: "Não vos falo na forma de mandamento, mas para provar, pela diligência de outros, a since­ridade do vosso amor". "Pois conheceis a graça de nosso Se­nhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos".

Jesus Cristo deu tudo. "A si mesmo se esvaziou" (Filipenses 2:7). Quatro verdades são claras. Ele era rico, e nós pobres. Ele tornou-se pobre, e nós ricos. Vamos pensar por um momento nesses grandes fatos.

 

 

1.    Ele era rico

No começo tudo estava em trevas. Deus falou e fez surgir toda a criação. "Disse Deus: Haja luz" (Gênesis 1:3), e o sol passou a brilhar nos céus.

Ele decorou a noite com a lua radiosa e as estrelas cinti­lantes. A seguir, entre o dia e a noite, Ele colocou o mundo e fê-lo começar sua jornada à volta do sol.

Deus então escavou os vales e levantou as montanhas, es­friou a terra com água, dividindo-a dos mares. Depois se abri­ram as flores, as árvores frutíferas produziram, as ervas bro­taram.

Continuando, Deus colocou criaturas vivas na terra — animais de toda espécie. "E viu Deus que isso era bom" (Gê­nesis 1:25).

Finalmente Deus fez o homem. Soprou-lhe nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. Toda a criação declara o poder e a sabedoria do Criador.

Deus é rico em poder. Toda prata e ouro Lhe pertencem. Os diamantes nas negras cavernas da terra são Seus. O gado nos milhares de pastagens são Sua propriedade.

Ele é rico em sabedoria. É onisciente. O passado, o pre­sente e o futuro são um eterno agora para Ele. Ele é rico em vida. Quando veio à terra e tomou a forma de homem, a morte não tinha poder sobre Ele. Ele é Deus de eternidade a eterni­dade.

 

2.    Nós somos pobres

Quão pobres somos? Tão pobres que nada possuímos com que defender nossa causa nas cortes celestes. Tão pobres que não poderíamos dar-nos ao luxo de contratar um advogado para pleitear nosso caso, tão pobres que não temos vestes com que cobrir nossa culpa e nudez.

Romanos 3 conta a lamentável história: Como está es­crito: "Não há justo, nem sequer um. . . não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca eles a têm cheia de maldição e de amar­gura; são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos há destruição e miséria; desconheceram o caminho da paz" (vs. 10-17).

Éramos pobres. Quão pobres? Tão pobres que não tínha­mos qualquer remédio para purificar-nos do pecado. Tão po­bres que não podíamos encontrar nem pão nem água para sa­tisfazer nossas almas sequiosas. Éramos pobres.

 

3.    Ele tornou-se pobre

Jesus Cristo é o exemplo supremo do ato de dar: "sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornássemos ricos" (2 Coríntios 8:9).

Quão pobre Ele se tornou? Tão pobre que não tinha onde nascer. Nasceu em um estábulo, tendo o gado como teste­munha.

Pense em como Ele poderia ter vindo. Poderia ter nasci­do em um palácio, em um berço de ouro, alimentado com uma colher de ouro. Poderia ter tido anjos para assisti-lO.

Mas não foi assim. Lemos em Filipenses 2: "antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz" (vs. 7-8).

Quão pobre era ele? Tão pobre que, mesmo tendo feito o mundo, não tinha onde morar. O chão era seu leito, as pedras seu travesseiro, o regato seu lavatório, a brisa sua toalha, e o vento o seu pente.

Certo dia Ele falou a uma multidão e lemos que depois de ter terminado "cada um foi para sua casa" (João 7:53). Mas a mesma narrativa evangélica continua dizendo que "Jesus, en­tretanto, foi para o Monte das Oliveiras" (João 8:1).

Quando morreu, foi como um mendigo, crucificado entre dois criminosos. Era tão pobre que teve de entregar sua pró­pria mãe aos cuidados de outrem. Quando chegou a hora do sepultamento, Ele não foi sepultado em seu túmulo, mas no de outra pessoa.

Por que Ele se fez pobre? "Por amor de vós" — por amor aos perdidos — por aqueles que eram pobres. Por mim. Por você.

 

4.    Nós nos tornamos ricos

Quão ricos nos tornamos? Tão ricos quanto o próprio Je­sus Cristo. Estávamos mortos — sem esperança — mas agora estamos vivos, somos filhos de Deus. E não somente filhos, mas herdeiros. Somos sacerdotes e reis, e reinaremos com Ele.

Quão ricos nos tornamos? Toda a riqueza dEle se faz nossa. Somos co-herdeiros de Deus. Deveríamos cantar triunfantes:

 

"Meu Pai tem casas e terras,

Ele guarda nas mãos as riquezas do mundo.

Seus cofres estão repletos de rubis, diamantes,

Ouro e prata,

São incontáveis as suas riquezas.

(Harriet E. Buell)

 

É verdade, e essas riquezas são nossas, pois se confiamos em Cristo, podemos também cantar:

 

Sou filho do Rei, sou filho do Rei

Com Jesus, meu Salvador, eu sou filho do Rei.

(Harriet E. Buell)

 

Ele nos fez ricos. O que daremos em troca? O que farei com minha vida — meu dinheiro, meu tempo? Devo guardá-los para mim? Ouso fazer isso? E você, o que vai fazer?

Lembre-se da graça de nosso Senhor Jesus Cristo.

 

LEMBRETES

O dinheiro não só fala, como "grita". (Leslie B. Flynn)

Em dezessete de suas parábolas, Jesus falou dos bens e da responsabilidade do homem em usá-los com sabedoria.

Para os cristãos da Macedônia, a contribuição não era uma tarefa desagradável, mas um desafio; não era um fardo, mas uma bênção. Contribuir não constituía algo a ser evitado, mas um privilégio a ser buscado.

Quando chegarmos ao fim da vida, a pergunta será esta: "Quanto você deu?" e não "quanto você tem?"

Jesus Cristo é o exemplo supremo do ato de dar.

O Mar Morto é morto porque continuamente recebe e jamais dá.

 

PERGUNTAS

1.   Jesus falou muitas vezes sobre a contribuição?

2.   De acordo com 2 Coríntios 8:5, como os cristãos da Ma­cedônia contribuíram?

3.   Cite duas coisas que devem caracterizar a nossa contribui­ção de acordo com 1 Coríntios 16:2.

4.   Com base em 2 Coríntios 8:9 do ato de dar?

5.   Como Jesus Cristo assumiu a

6.   Partilhe algo com relação às de Deus.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 13

 

PROMESSAS DAS ESCRITURAS PARA

OS PROBLEMAS ESPIRITUAIS

 

"Pelas quais nos têm sido doadas as suas PRECIOSAS E MUI GRANDES PROMESSAS para que por elas vos tomeis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo" (2 Pedro 1:4).

Quando você recebeu Jesus Cristo como seu Salvador, tomou-se membro da família de Deus. Como filho de Deus, a sua riqueza aumentou, pois herdou milhares de promessas per­feitamente seguras. Quero encorajá-lo a ler essas promessas, crer nelas e viver na sua realidade.

 

SUGESTÕES ÚTEIS

1.   Leia essas promessas na Palavra de Deus e procure memo­rizar tantas quantas lhe for possível. Eu muitas vezes as escrevo em pequenos cartões e as levo comigo, assim me­morizo a Palavra de Deus toda vez que tenho um tempo livre.

 

2.   Aceite essas promessas como elas se apresentam. Na maio­ria das vezes, não procure espiritualizá-las. Alguém afir­mou: "Os que espiritualizam contam mentiras espirituais, pois lhes carecem de olhos espirituais".

 

3.   Faça a sua parte. Se a promessa diz "arrepende-te", arrepen­da-se então. Se diz "ore", deve orar.

4.   Entregue sua vida e seus pontos fracos ao Senhor. Ele é absolutamente fidedigno. A promessa pode ser cumprida imediatamente, ou talvez a resposta seja demorada, o que importa porém é colocarmos nossos cuidados aos Seus pés. Podemos dizer entusiasticamente com Paulo: "estando ple­namente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que prometera" (Romanos 4:21).

 

RESPOSTAS A ORAÇÃO

"Invoca-me no dia da angústia: eu te livrarei, e tu me glorificarás" Salmo 50:15.

"À tarde, pela manhã e ao meio-dia, farei as minhas quei­xas e lamentarei; e ele ouvirá a minha voz" Salmo 55:17.

"Por isso vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco" Marcos 11:24.

"Pois todo o que pede recebe; o que busca, encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á" Lucas 11:10.

"Se permanecerdes em mim e as minhas palavras perma­necerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito" João 15:17.

 

A BÍBLIA

"Para sempre, ó Senhor, está firmada a tua palavra no céu" Salmo  119:89.

"Seca-se a erva e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente" Isaias 40:8.

"Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensi­no, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" 2 Timóteo 3:16.

"E assim, a fé vem pela pregação e a pregação pela pala­vra de Cristo" Romanos 10:17.

 

A VOLTA DE CRISTO

"Aguardando a bendita esperança e a manifestação da gló­ria do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus" Tito 2:13.

"Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se ma­nifestou o que havemos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque havemos de vê-lo como ele é" 1 João 3:2.

"Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as cousas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá o seu louvor da parte de Deus" 1 Coríntios 4:5.

"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de or­dem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados jun­tamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor" 1 Tessalonicenses 4:16-17.

 

PURIFICAÇÃO

"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo pa­ra nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" 1 João 1:9.

"Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, man­temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado" 1 João 1:7.

"Mas ele foi transpassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados" Isaías 53:5.

"Com efeito, quase todas as cousas, segundo a lei, se pu­rificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão" Hebreus 9:22.

"No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça" Efésios 1:7.

 

VIDA ETERNA

"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" João 3:16.

"Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida" João 5:24.

"As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, eternamente, e ninguém as arrebatará da minha mão" João 10:27-28.

"Estas cousas vos escrevi a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus" 1 João 5:13.

 

FAMÍLIA

"Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele" Provérbios 22:6.

"Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos" Je­remias 32:39.

"Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro manda­mento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra" Efésios 6:2-3.

"Filhos, em tudo obedecei a vossos pais; pois fazê-lo é grato diante do Senhor" Colossenses 3:20.

 

MEDO

"Não temas, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel" Isaías 41:10.

"O anjo, porém, lhes disse: Não temais: eis aqui vos tra­go boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo" Lucas 2:10.

"Mas Jesus imediatamente lhes falou: Tende bom ânimo! sou eu. Não temais!" Mateus 14:27.

"Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma cousa faço: esquecendo-me das cousas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo" Filipenses 3:13.

"Não que por nós mesmos sejamos capazes de pensar al­guma cousa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus" 2 Coríntios 3:5.

 

FINANÇAS

"E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades" Fi­lipenses 4:19.

"Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje exis­te e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, ho­mens de pequena fé?" Mateus 6:30.

 

FRUSTRAÇÃO

"Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará" Salmo 37:5.

"Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna" Hebreus 4:16.

 

 

CÉU

"Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada" João 14:23.

"Depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arreba­tados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor" 1 Tessalonicenses 4:17.

"Então já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos" Apocalipse 22:5.

 

SANTIDADE

"Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destrui­rá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado" 1 Coríntios 3:17.

"Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos diz o Se­nhor; não toqueis em cousas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso" 2 Coríntios 6:17-18.

"Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne, como do espírito, aperfei­çoando a nossa santidade no temor de Deus" 2 Coríntios 7:1.

 

ESPERANÇA

"Pois tu és a minha esperança, Senhor Deus, a minha con­fiança desde a minha mocidade" Salmo 71:5.

"O Senhor os ajuda e os livra; livra-os dos ímpios e os salva, porque nele buscam refúgio" Salmo 37:40.

"Por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriemo-nos na esperança da glória de Deus" Romanos 5:2.

"Ora, a esperança não se confunde, porque o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado" Romanos 5:5.

 

SAÚDE

"Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis" Romanos 8:26.

"Amado, acima de tudo faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma" 3 João 2.

"Ao aflito livra por meio da sua aflição, e pela opressão lhe abre os ouvidos" 36:15.

"Eis que eu sou o Senhor, o Deus de todos os viventes; acaso haveria cousa demasiadamente maravilhosa para mim?" Jeremias 32:21.

 

SOLIDÃO

"Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as cou-sas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei" Hebreus 13:5.

"Pois o Senhor não há de rejeitar o seu povo, nem desam­parar a sua herança" Salmo 94:14.

"Porque se meu pai e minha mãe me desampararem, o Se­nhor me acolherá" Salmo 27:10.

"Respondeu-lhe: A minha presença irá contigo, e eu te darei descanso" Êxodo 33:14.

 

NERVOSISMO

"Deixo-vos a minha paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize" João 14:27.

"Não te mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares" Josué 1:9.

"Em me vindo o temor, hei de confiar em ti" Salmo 56:3.

 

PACIÊNCIA

"Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou pa­ra mim e me ouviu quando clamei por socorro" Salmo 40:1.

"Sede, pois, irmãos, pacientes, até a vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da ter­ra, até receber as primeiras e as últimas chuvas" Tiago 5:7.

"Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentir de uns para com os outros, segundo Cristo Jesus" Romanos 15:5.

"Mas os que esperam no Senhor renovam as «uas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, cami­nham e não se fatigam" Isaias 40:31. PAZ

"Quanto ao mais, irmãos, adeus! Aperfeiçoai-vos, conso-lai-vos, sede do mesmo parecer, vivei em paz, e o Deus de amor e de paz estará convosco" 2 Coríntios 13:11.

"Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!" Salmo 133:1.

"E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guar­dará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus" Filipenses 4:7.

 

PERSEGUIÇÃO

"Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus" Mateus 5:10.

"Se perseveramos, também com ele reinaremos; se o ne­gamos, ele por sua vez nos negará" 2 Timóteo 2:12.

"Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz pa­ra nós eterno peso de glória, acima de toda comparação" 2 Co­ríntios 4:17.

"Em tudo somos atribulados, porém, não angustiados; per­plexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não de­samparados; abatidos, porém, não destruídos" 2 Coríntios 4:8-9.

 

PRESENÇA

"Porque o Senhor Deus é sol e escudo; o Senhor dá graça e glória; nenhum bem sonega aos que andam retamente" Sal­mo 84:11.

"Ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consu­mação do século" Mateus 28:20.

"Respondeu-lhe: A minha presença irá contigo, e eu te darei descanso" Êxodo 33:14.

 

PRESERVAÇÃO

"Ora, aquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória" Judas 24.

"Sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para salvação preparada para revelar-se no último tempo" 1 Pedro 1:5.

"Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qual­quer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" Romanos 8:38-39.

 

PROTEÇÃO

"O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem te­rei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem te­merei?" Salmo 27:1.

"De Benjamim disse: O amado do Senhor habitará segu­ro com ele: todo o dia o Senhor o protegerá, e ele descansará nos seus braços" Deuteronômio 33:12.

"Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presen­te nas tribulações" Salmo 41:1.

"E por isso estou sofrendo estas cousas, todavia não me envergonho; porque sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia" 2 Timóteo 1:12.

 

RESSURREIÇÃO

"Num momento, num abrir e fechar d'olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados" 1 Coríntios 15:52.

"Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá" João 11:25.

 

DOENÇA

"E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifes­tasse nele as obras de Deus" João 9:2-3.

"Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos" Romanos 8:26-27.

"Por causa disto três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o po­der de Cristo" 2 Coríntios 12:8-9.

"Está alguém entre vós sofrendo? Faça oração. Está al­guém alegre? Cante louvores. Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver come­tido pecados, ser-lhe-ão perdoados." Tiago 5:13-15.

 

INSÔNIA

"Contudo, o Senhor, durante o dia, me concede a sua mi­sericórdia, e à noite comigo está o seu cântico, uma oração ao Deus da minha vida." Salmo 42:8.

"Deito-me e pego no sono; acordo, porque o Senhor me sustenta." Salmo 3:5.

"Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu fazes repousar seguro." Salmo 4:8.

 

TRISTEZA

"Eis que arrebata a presa! quem o pode impedir? Quem lhe dirá: Que fazes?" 9:12.

"Os que confiam no Senhor são como o monte de Sião, que não se abala, firme para sempre." Salmo 125:1.

"Mas ele sabe o meu caminho; se ele me provasse, sairia eu como o ouro." 23:10.

 

FORÇA

"Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra." Atos 1:8.

"Confiai no Senhor perpetuamente, porque o Senhor Deus é uma rocha eterna." Isaías 26:4.

"Mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, cami­nham e não se fatigam." Isaías 40:31.

"Prosseguiu ele e me disse: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel: Não por força nem por poder, mas pelo meu Espí­rito, diz o Senhor dos Exércitos." Zacarias 4:6.

 

TENTAÇÃO

"Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel, e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos provera livramento, de sorte que a possais suportar." 1 Coríntios 10:13.

"Estas cousas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo, eu ven­ci o mundo." João 16:33.

"Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós." Tiago 4:7.

 

SABEDORIA

"Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida." Tiago 1:5.

"Irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor, e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do Senhor de Jerusalém." Isaías 2:3.

"O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o co­nhecimento do Santo é prudência." Provérbios 9:10.